Anunciante que aposta no viés criativo na sua comunicação institucional, de produtos e de serviços, a montadora italiana Fiat está em alta nos bastidores do negócio da propaganda. O mercado aposta que a empresa faz movimentação para promover concorrência de publicidade. A empresa nega.
A conta de R$ 876,9 milhões, segundo ranking bruto do Ibope Monitor de 2010, está na carteira de clientes da Leo Burnett há 14 anos. O zum zum zum sobre a saída da marca da agência teve início após o desligamento do executivo Renato Lóes da presidência da Leo Burnett, em outubro do ano passado, e alimenta o noticiário informal especulativo até agora.
Loés saiu para comandar a japonesa Dentsu na América Latina, cujo hub é em São Paulo. Desde então a gestão da Leo Burnett está sendo conduzida pelo vice-presidente de criação Ruy Linderberg, que recebeu a missão do ceo global Tom Bernardim e do cco Mark Tutssel de encontrar um novo presidente para a operação brasileira.
“Nenhuma concorrência à vista, por enquanto. A relacao de mais de 14 anos continua firme com a Leo e estamos aguardando o novo presidente e a reorganizacao da agência para só então, se necessário, tomarmos providências nesse sentido. Por enquanto, tudo segue tranquilo e dentro da normalidade”, explicou por e-mail o diretor de marketing João Batista Ciaco, que também é presidente da ABA (Associação Brasileira de Anunciantes). Segundo fontes com acesso ao processo, a Fiat já demonstrara à Leo sua insatisfação com a indefinição na escolha do novo presidente e já avisara que partiria para concorrência se não tivesse uma resposta.
O nome mais ventilado para presidir a Leo Burnett é o do empresário Paulo Giovanni, que tem ótimo relacionamento com a Fiat, já que atendeu a conta de varejo na Giovanni+Draftfcb, quando a montadora deixou a Ogilvy & Mather. Giovanni, segundo fontes, pode ser o fiel da balança da permanência da Fiat na Leo.
Além da sua experiênxcia na publicidade, Giovanni tem a Mix Brand Experience e a Pop Trade, voltadas, respectivamente, para marketing promocional e trade market, negócios sob medida para a operação Arc da Leo, que nunca chegou a ter destaque no Brasil. Giovanni não comenta o assunto e está formalizando o lançamento da agência Tailor Made.
por Paulo Macedo