A decisão de recolocar no ar o comercial “Experimenta” com o cantor Zeca Pagodinho, criado pela Fischer América para apresentar a Nova Schin, depende só da agência e do anunciante. O artista tem contrato para promover a Nova Schin até setembro. Como Pagodinho desertou, atitude que está mobilizando o departamento jurídico do Grupo Schincariol a processá-lo na Justiça Comum por quebra deliberada de contrato, a empresa analisa se seria prudente ou não reprogramar o comercial e confrontar o comercial da Brahma nesse momento que a guerra mercadológica das louras geladas está em franca ebulição. O Grupo Schincariol também vai processar judicialmente a Ambev por aliciamento do garoto-propaganda Zeca Pagodinho, um bebedor convicto da marca Brahma Chopp, mas que aceitou participar da campanha da concorrente por um cachê maior. O valor de R$ 3 milhões é citado no comercial resposta que a Fischer América colocou no ar ontem (16) à noite para rebater a irreverência mercadológica da África e seu cliente Ambev. Na avaliação de Eduardo Fischer, Zeca Pagodinho deve ser cobrado pela atitude antiética, mas ressalta que o verdadeiro problema está sendo escondido por “cortina de fumaça”. “É estratégia para tirar o foco da imprensa. Por favor, saiam de Xerém e vão à Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa da Economia). Esses são os fóruns que precisam discutir o assunto”, recomendou Fischer aos jornalistas presentes à coletiva. Fischer diz que ações da Ambev na bolsa estão em queda de 35% e que o crescimento de 8,6% de participação no mercado nacional de cervejas para 13,4% da marca Nova Schin de agosto a dezembro de 2003 “está incomodando a Ambev”. Fischer enfatiza a diferença de participação que era de 11,6% pontos e passou para 5,6 pontos% em cinco meses, é o combustível que irriga essa guerra. Ele acrescentou que “primeiro eles definiram que a Antarctica era o foco para combater a Nova Schin. Mas, agora, elegeram a Brahma Chopp, anunciada como a que vai ter investimentos internacionais pela associação InterbrewAmbev. É um erro básico de marketing. O pequeno sempre foca suas ações de combate no líder, mas desta vez foi o líder que escolheu o menor para combater”. Fischer disse ainda: “Esse negócio de Lei de Gérson tem que acabar de vez no Brasil”. Ele finalizou: “Temos o direito de colocar o coemrcial com o Zeca Pagosinho no ar, mas primeiro vamos fazer uma análise detalhada da questão”.
Paulo Macedo