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Nada como um especialista. Todas as grandes marcas, de alguma maneira, apostaram no território dos smartwatches, ou smartbands. Apple, Samsung, Nike… Todas! Boa parte já desistiu. Concluíram não ser possível preservarem-se competitivas fazendo 200 outros produtos mais importantes diante das novas empresas que concentravam 100% de seu foco no fornecimento de um único produto+serviços. E assim, gradativamente, as exclusivamente smart alguma coisa a partir de peças isoladas, no início; e, na sequência, dos pulsos, foram prevalecendo. E, no último balanço, a liderança em termos de percepção e reconhecimento pertence à Fitbit.

A Fitbit veio ao mundo no distante ano de 2007. Uma “velha” de 9 anos de idade. Empresa startup criada pela dupla James Parky Y Eric Friedman na cidade de São Francisco, onde nasceram muitas outras empresas de sucesso da nova economia e do Admirável Mundo Novo. Objetivo: somar tudo o que existia de disponível e conhecido – conexões, sensores, miniaturização –, colocar num “mixer” de criatividade e inovação e tirar de lá um prestador de serviços no território da saúde e da atividade física. Hoje, avaliada em US$ 4 bilhões.

Condicionantes para botar o ovo em pé: ludicidade, simplicidade e transparência, traduzidos em um produto capaz de agregar, no final, qualidade de vida às pessoas. Substituir o burro relógio, que apenas marcava horas e complementava o vestir, mas datava as pessoas, por um gadget que monitorasse em tempo real as caminhadas, passos, escadas, coração e muito, muito mais. E também datasse; mas, de uma forma moderna. Os primeiros exemplares despertaram atenção e… decepcionaram. Até que no ano de 2011, decolam com o modelo Fitbit Ultra, em que se incluía um altímetro. No fim do ano seguinte, foi a vez do Fitbit One, com a tecnologia bluetooth sincronizando o gadget com os smartphones.

Até aqui, ainda o Fitbit era uma peça avulsa com vida autônoma e descolada do corpo das pessoas. A partir de 2013, passa a ornar o pulso de seus seguidores. Ingressa no território do techdress – tecnologia de vestir. Agora medindo tudo o que já media antes e mais calorias, horas dormidas e qualidade do sono. E ainda resistente à água e participando do banho de chuveiro das pessoas. Em outubro de 2013, chega a versão Force com um mostrador Oled. E, na sequência, o Charge, o Surge, O Aria e mais novidades a caminho.

Mas, seu tipping point, ponto de ruptura, foi ter despertado a paixão das empresas através de suas áreas de RH. Muitas passaram a recomendar, e até mesmo comprar e fornecer para todos os seus colaboradores, alguns dos modelos do Fitbit. Talvez, a melhor maneira de prevenir doenças e torná-los, fisicamente, mais saudável. A partir de uma primeira compra… Aderiram e adotaram o Fitbit em sua política de pessoal a BP, Bank Of America, IBM, Kimberly-Clark e Time Warner. No mês de setembro de 2015, a Target anunciou que iria fornecer um Fitbit a cada um de seus 335 mil colaboradores. E em outubro o Barclays fez o mesmo com seus 75 mil profissionais…

Nessas empresas, existe um Fitbit Program de fortalecimento físico do capital humano. Apenas isso. E se usa na empresa, usa em casa, na rua, na família, a disseminação é contínua, robusta, absoluta. Vai ser difícil qualquer player – dos novos ou dos antigos – tomar a liderança da empresa de São Francisco. Se no passado focar e concentrar-se exclusivamente num único território, a partir de um produto e muitos serviços agregados, já era uma extraordinária vantagem competitiva, hoje, e na maioria das vezes, é questão de sobrevivência, no início, e prosperidade, na sequência. Em tempo, troquei a minha smartband da Nike, que possuía há cinco anos, pelo Fitbit Surge, e estou, simplesmente, empolgado. Num bater de olhos, tenho, em tempo real, os meus principais índices. E controlo mais e melhor meu sono e meu coração.

A propósito, a Nike descontinuou sua smartband.