Já ouviu falar em gamificação? De maneira simplificada, trata-se de transformar uma situação que não é um jogo em jogo. Essa técnica está por trás do sucesso de aplicativos como Duolinguo e Waze. “Gamificação é a aplicação das técnicas de game design em situações que não são formalmente reconhecidas como jogos, com a intenção de motivar e mobilizar as pessoas”, explica Mauro Berimbau, professor de gamificação da ESPM.
O especialista comenta que diversos elementos de jogos já fazem parte de nosso cotidiano. A gamificação identifica esses espaços – que já tem cara de jogo – e os formaliza com ferramentas como pontos, medalhas e rankings. “Um funcionário de uma empresa não considera um plano de carreira como um jogo, mas ele se estrutura como tal. Tem um objetivo, condições de vitória, coisas que tem que fazer para cumprir e subir de nível, cargo ou ganhar um salário melhor. Enfim, para chegar nesse desejado estágio de vitória.”
A técnica pode ser aplicada internamente pelas empresas para educar, motivar e mobilizar funcionários. Por exemplo, com um plano de carreira gamificado. “Muitas vezes um funcionário entra em uma empresa e não sabe o que tem que fazer para subir na carreira. Você pode formalizar e deixar isso evidente, fazendo com que as atividades dele gerem pontos acumulativos que o ajudam a crescer na empresa”, sugere Berimbau. “Se ele quiser crescer é só seguir os passos para conquistar isso.”
Já uma gamificação externa pode ser usada para atrair novos consumidores ou estreitar o relacionamento com os clientes. “Você pode, por exemplo, recompensar quem está acessando mais o seu site ou participando mais de um fórum”, sugere Berimbau. “Ou simplesmente reconhecer e valorizar o cliente que só está interessado em comprar seu produto.”
Como gamificar?
De acordo com Mauro, buscar referências sobre o assunto é o primeiro passo para quem deseja investir na gamificação. “Leituras preparatórias são importantes até para que na hora que você bata na porta de empresas ou profissionais, saiba quem é um especialista ou um surfista (profissional que fala bem, mas não entende tanto do ponto de vista mercadológico ou educacional).”
Custo e tempo de execução
Pequenos e médios projetos de gamificação podem ser executados em um prazo de 3 a 6 meses, com valores a partir de R$ 5 mil. Já casos mais complexos, podem levar de um a dois anos e custar de R$ 30 a R$ 200 mil. “Geralmente, o que custa mais caro é quando você precisa montar o sistema todo, a partir da infraestrutura, construir histórias, personagens, ilustrações”, diz o professor da ESPM. “Acho que para quem tem interesse em fazer gamificação, o negócio é sair batendo na porta das principais empresas, fazer orçamentos e escutar essas pessoas para tentar filtrar os surfistas.”
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