Oito meses depois do fim da sociedade entre o publicitário Silvio Matos e a rede Grey Worldwide, finalmente a razão MatosGrey deixa de existir oficialmente. Nas ligações feitas à agência, atendentes identificam a empresa como Grey Brasil.

Mattos e a holding WPP, controladora da Grey, ainda discutem termos do acordo final, mas através de advogados. Apesar da MatosGrey ter operado com prejuízo desde a sua criação em abril de 2006, a agência de below the line G2 e a de CRM Market Data tiveram balanços positivos. A G2 atende na América Latina British American Tobacco (Souza Cruz no Brasil). Caso Matos e WPP não cheguem a um acordo, o imbróglio poderá parar na justiça.

A situação da MatosGrey começou a ficar crítica com a perda da conta da divisão de cartões do Bradesco, conta que Matos levara consigo como principal aval para comandar a agência após sua saída da Y&R. As conversas que manteve com  a DPZ para uma provável incorporação, segundo fonte do propmark, provocaram a perda do banco. A agência das três letrinhas tem na sua carteira a conta do Itaú.

A presidência GreyBrasil será exercida pelo executivo Riccardo Ferraris. Ele chegou ao Brasil há cerca de um ano  para comandar a MatosGrey e ajudar Matos na condução administrativa e financeira da agência cujas receitas negativas já somavam R$ 20 milhões, como detalha fonte do propmark. Uma das primeiras medidas de Ferraris foi trocar o diretor financeiro Eduardo Groisman por Bernard Fonteneau.

A Grey Brasil tem na sua carteira clientes como as multinacionais 3M, Boehringer, GlaxoSmithKline, Procter & Gamble e a divisão de caminhões e utilitários da Mercedes Benz. Das contas nacionais conquistadas na gestão de Matos, apenas a Leader permane na Grey Brasil. A conta é coordenada por Andre Gomes, diretor do escritório carioca da agência. A parte digital do Grupo Izzo, das motos Harley-Davidson, por exemplo, foi para a Full Jazz.

por Paulo Macedo