O executivo Marcos Quintela assume oficialmente nesta semana a presidência do Grupo Newcomm de Comunicação, sócio da holding inglesa WPP, do empresário Martin Sorrell, nas operações da Y&R, Wunderman, Red Fuse (exclusiva de Colgate-Palmolive), Grey Brasil, Ação (serviços de pré-impressão) e VML (comunicação digital), que em conjunto têm faturamento bruto de compra de mídia de aproximadamente R$ 9 bilhões por ano. Consequentemente, Quintela deixa o comando executivo da Y&R, que passa a ser liderada pelo francês David Laloum que, segundo Quintela, terá “total autonomia” na condução da maior agência de publicidade do mercado brasileiro.
“Deixo o front office e os jobs do dia a dia para cuidar da filosofia corporativa e pela busca de evoluções e resultados. Nesse novo papel, vou me envolver com todas as agências e sua cadeia de clientes pelo viés estratégico”, destaca Quintela, ressaltando que a Wunderman, por não ter a sua composição de receitas atrelada apenas às compras de mídia, “impacta ainda mais os negócios do Newcomm”.
Com a reorganização, Quintela passa a se reportar diretamente a Sorrell e a participar das reuniões estratégicas mensais realizadas em Nova York. Com a executiva Ann Newman, que comanda a área de fusões e aquisições do WPP, vai dialogar sobre novos negócios que estão nos planos para o mercado brasileiro, mesmo com o cenário econômico preocupante. “O fôlego do grupo é inesgotável”, resume Quintela. “Caso surja uma oportunidade relevante, vamos estudar, com certeza. Em parceria com Roberto Justus vou, ficar antenado com as possibilidades porque as aquisições são uma alternativa de crescimento”, acrescenta.
Por outro lado, o novo gestor do Newcomm acredita que a economia brasileira é motivo de apreensão. “A Y&R perdeu faturamento em 2015, segundo a pesquisa do Ibope Monitor, devido às incertezas. Mas é uma agência conhecida globalmente por sua agressividade na busca de negócios e nas concorrências das quais participa. Com a perda da Peugeot, em dezembro do ano passado, ela tem espaço na indústria automobilística, além de varejo de vestuário, moda e fármacos. Até 2017, o quadro não deve mudar muito. Só depois das novas eleições presidenciais é que o mercado vai ter novo alento e poderá viver um novo ciclo, mas não vai parar”, finaliza Quintela