A área de pesquisa talvez seja, junto com a publicidade, uma das que mais irão se transformar nos próximos anos, com as muitas novas possibilidades de levantamentos e estudos online. O Big Data deve transformar essa indústria para sempre e há quem se arrisque a dizer que o mercado como vemos hoje – ainda focado, principalmente, em pesquisas em papel e via telefone – vai simplesmente se extinguir. Uma revolução de possibilidades se desenvolve entre empresas como a eCGlobal Solutions, provedora de soluções online para pesquisa de mercado, que acaba de anunciar uma parceria com a HSR Specialist Researchers, maior holding independente de pesquisa de mercado do Brasil.
A partir de agora, todos os projetos de pesquisa online das empresas da HSR contarão com a plataforma de gestão de painéis interativos da eCGlobal, que conta com mais de um milhão de cadastrados em toda a América Latina – sendo 500 mil deles apenas no Brasil.
Adriana Rocha, CEO da eCGlobal, diz que a indústria de pesquisa como um todo terá de se reinventar, pois vem se transformando profundamente, principalmente nos últimos três anos. Maior velocidade nas pesquisas, a queda da barreira do alcance da internet entre classes mais baixas, ferramentas mais interativas e o desenvolvimento de plataformas mais avançadas contribuem para as mudanças. “Consumidores e marcas falam-se diretamente no ambiente online. A experiência com marcas tornou-se mais dinâmica. É preciso agir com maior rapidez. Há muitas informações disponíveis”, diz.
Segundo a executiva, o mobile é a “onda do momento”, principalmente nos Estados Unidos, onde a empresa também atua. Usa-se hoje os celulares inclusive como plataforma para promover a interação rápida com as pessoas, realizando levantamentos de dados mais ágeis. “As redes que criamos fazem com que as pessoas falem o que pensam de forma espontânea e compartilhem suas experiências com as marcas”, diz Adriana, referindo-se à rede eCGlobal.net, um painel online de mais de um milhão de internautas segmentados por mais de 100 variáveis.
Além do mobile, outra tendência na área de pesquisa é o que ela denomina “Listening”. Trata-se, literalmente, de coletar e analisar dados com foco na análise de sentimentos, a partir de uma técnica chamada Natural Processing Language (NPL). Também ganha força uma espécie de “do it yourself”: criar formulários de pesquisa e pequenos projetos de pesquisas virtuais com, por exemplo, 15 perguntas, e um grupo pequeno de jovens para testar uma ideia durante cinco dias. No Brasil, embora o mercado ainda esteja bastante “atrasado” em relação a outros países do mundo, Adriana diz que ocorrerá o fenômeno de entrada direta na pesquisa 3.0 – salto que queimará diversas etapas.
Rodrigo Lucindo, CEO da HSR, diz que ainda há a necessidade de se quebrar inúmeras barreiras no Brasil quando o tema é pesquisa online. “Os clientes desconfiam dos resultados de pesquisas online e sentem-se mais seguros com o cara a cara. Mas as pesquisas online são o mercado do futuro, por isso apostamos nessa parceria. A redução do tempo que se leva para realizar levantamentos é um dos benefícios”, diz, revelando que esse tipo de pesquisa representa ainda apenas 10% de seu negócio. “A partir de 2014, queremos nos posicionar como a empresa número 1 de pesquisa online no Brasil”, conclui.