Depois de a Hyundai e sua agência de publicidade, a Z+, terem sido alvo de “Divulgação Pública” do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), a montadora divulgou posição na qual afirmou que irá “respeitar o posicionamento e seguir todas as orientações do Conar, assim como já vem fazendo”.
No último dia 29, o Conar encaminhou a mais de 100 veículos de todo País texto denominado “Divulgação Pública”, no qual recrimina o anunciante e sua agência de continuarem a utilizar informações consideradas contrárias às normas de ética do Conar em suas campanhas. A “Divulgação Pública” é a medida mais extrema que o Conar pode tomar em relação a um anunciante e, geralmente, é precedida de uma série de representações do órgão que não foram acatadas de alguma forma. Nos 32 anos de existência do Código de Autorregulamentação, foram raras as vezes em que o Conar utilizou a “Divulgação Pública”. As marcas punidas até hoje por esse recurso foram o jornal O Liberal, a Nestlé e a TIM.
Embora a Hyundai e a Z+ afirmem seguir o posicionamento do Conar, ambas empresas estão por trás de 11 processos do órgão relacionados à propaganda comparativa. A mais grave delas partiu de uma queixa da Kia Motors do Brasil – montadora que na Coreia do Sul compõe o mesmo grupo da Hyundai – que recriminou expressões utilizadas nas campanhas, como: “Hyundai – Melhor do Mundo”; “Até a Kia, sua divisão barata, ganhou notícia” e “Hyundai – Primeiro lugar entre as marcas de grande volume de vendas”.
Essas e outras frases utilizadas na comunicação de Hyundai foram consideradas ofensivas, ou mesmo possíveis de levar o consumidor ao erro. Uma das expressões reprovadas pelo Conar e que continuou a ser utilizada pela montadora foi a “Melhor do Mundo”. Na semana passada, a Hyundai continuou a veicular campanhas na mídia, com destaque para resultados de rankings nos quais obteve bons resultados. Um deles (AutoPacific) aponta o modelo iX35 em 1º lugar em satisfação nos EUA.
O papel do Conar daqui por diante é continuar a fiscalizar o que a montadora veicula na mídia – o que não é pouco. A empresa assumiu um agressivo plano de mídia nos últimos anos, garantindo presença quase diária nos principais jornais e revistas do País, com anúncios sequenciais e em primeira página.
Com isso, a marca se tornou o quarto maior anunciante brasileiro e mais que dobrou o investimento em publicidade no primeiro semestre de 2010 (R$ 577.748 milhões), em relação a 2009. Já a Z+, agência de Alan Strozenberg e Grupo Havas, está em quinto lugar no ranking de maiores agências do Ibope, com R$ 1,2 bilhão de faturamento em mídia de janeiro a setembro de 2010.
por Daniela Dahrouge