Com o discurso de que a mudança de comportamento que os dispositivos móveis (smartphones e tablets) provocam na vida das pessoas não tem volta, Fabio Coelho, presidente do IAB Brasil (Interactive Advertising Bureau Brasil), chamou a atenção sobre a importância de as empresas criarem sites para celulares. O executivo trouxe uma série de cases e números de mercado durante o evento “Mobile-se”, realizado na manhã desta terça-feira (5), em São Paulo. Em uma de suas frases de efeito, Coelho afirmou que “a pergunta hoje que os anunciantes devem fazer não é mais se tenho que estar no mobile e sim como estar no mobile”. “O desafio é entender como as empresas podem participar deste novo processo”.
Para o presidente do IAB, o marketing também deve se adaptar a essa nova realidade. “Não é verdade que o fato de a propaganda aparecer pequena em um site para celular não chama a atenção do usuário. O usuário jovem já entende essa realidade digital, ele nasceu com ela”. Por isso, segundo o executivo, é fundamental que os anunciantes criem campanhas muito bem orientadas para celulares e também para tablets, cujo tráfego vem crescendo no Brasil. Segundo dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), 50 milhões de pessoas já acessam a internet por dispositivos móveis. E a tendência é de crescimento. Segundo projeções da própria Anatel, esse número deve chegar a 124 milhões em 2014.
Samantha Jones, head de novas mídias do UOL, afirmou que o portal entende que tem que estar em todas as telas que tenham conexão, seja como marca ou como mídia. Segundo ela, o número de visitantes únicos do site para mobile do UOL cresceu mais de 100% de 2010 para 2011. A executiva também afirmou que, só em 2012, a publicidade do UOL no site para mobile vai aumentar 500%. “Mobile não é futuro, está acontecendo agora”.
Matias Atwell, diretor de mobile do Terra para América Latina, ressaltou o desafio de adaptar mensagens publicitárias para o ambiente e lembrou que mais de 2.220 aparelhos de celular diferentes acessam o conteúdo do Terra mensalmente. “É um desafio adaptar conteúdos para diversos aparelhos”, disse ele.
Outro fenômeno observado é a migração direta de consumidores que acessam a internet pelo celular, principalmente entre os brasileiros das classes C e D, que não têm computadores em casa. “Cada vez mais pessoas dessas classes sociais acessam web via dispositivos móveis”, reforçou Léo Xavier, do Grupo.Mobi. Marcelo Castelo, sócio da F.biz, trouxe o case da Netshoes, cujo site para mobile já tem mais de um milhão de acessos por mês.
O diretor de publicidade móvel do Google, o americano Peter Fernandez, foi categórico ao dizer que a internet pelo celular no Brasil está explodindo. “O crescimento de buscas via celular nos últimos dois anos foi de 3.000%”, exemplificou Fernandez. Citando dados de mercado que mostram que 50% dos usuários de smartphones no Brasil pesquisam produtos e serviços diariamente pelo celular, Fernandez fala sobre a urgência de estratégias para mobile.
“Infelizmente, a maioria das empresas no Brasil não têm uma versão de site para mobile e elas com certeza estão dando uma experiência ruim para o usuário, porque o site para celular tem que ser diferente, já que o tamanho da tela é diferente, assim como os aplicativos. Além de perder uma possível venda, é inclusive uma experiência negativa para a marca, porque com certeza o consumidor vai lembrar que não conseguiu abrir a página”, exemplificou.
Fernandez aproveitou a ocasião para anunciar o lançamento do Gomo Brasil, ferramenta criada pelo Google para auxiliar o mercado na construção de um site mobile. O site traz dicas práticas sobre design, por exemplo.