Cristiane Camargo: empresas sentem dificuldades no celularO smartphone como parte da estratégia de marketing das empresas foi um dos principais temas abordados durante o Mobile Day, encontro promovido pelo IAB Brasil (Interactive Advertising Bureau) em São Paulo. Representantes de companhias como Google, Twitter, Facebook, Alelo, Ambev, Adobe, Globo e Record, entre outras, apresentaram, ao lado de Cristiane Camargo, diretora-executiva da entidade, experiências de negócios bem-sucedidos com o investimento em plataformas móveis.

“Vamos bem no uso das tecnologias para nos comunicarmos. Mas as empresas ainda sentem dificuldade de divulgar suas marcas nos celulares. Muita gente usando o celular, mas pouca gente fazendo propaganda eficiente”, ressalta Cristiane. “Um dos grandes desafios da publicidade móvel no mundo é fazer com que as marcas aproveitem melhor o celular como um ponto de encontro com o consumidor”, acrescenta.

Segundo dados apresentados pelo head de engenharia de soluções para a América Latina do Facebook, Arthur Souza, o aproveitamento da publicidade móvel no Brasil ainda é muito pequeno em relação a números mundiais. “No mundo, 44% das transações de e-commerce ou viagens são feitas em mobile. No Brasil, esse número ainda está em 5%. Isso ocorre principalmente porque não há boa oferta. Muitas pessoas entram em sites que não são otimizados para o ambiente mobile e isso gera uma experiência negativa. Quando as marcas fazem uma campanha elas precisam ter uma experiência mobile otimizada para receber quem foi atingido por essa campanha”, diz.

Julia Gutnik, responsável pelas mídias digitais da Rede Globo, acrescenta que não só a experiência mobile deve ser diferente, como também a linguagem nesses ambientes. “TV é a plataforma de maior alcance, isso é indiscutível. Mas nosso público também está conectado, cada vez mais, em plataformas sociais. O que vemos é o desktop se posicionando como mídia do trabalho e o mobile, como do lazer. As pessoas acessam nosso site do computador do trabalho e, quando encerra o dia, vai para o celular. Ou seja, estão mais tempo conectadas, só que em momentos diferentes, o que representa mais oportunidade, mas também a necessidade de focos distintos”,

explica.

O Mobile Day também abordou o fenômeno second screen como oportunidade de engajar o consumidor. “O fato é que 70% de nossos usuários acessam o Twitter via celular e, desse número, 70% usam a plataforma enquanto assistem a um programa de TV”, ressalta Cadu Aun, diretor-comercial do Twitter no Brasil.

Para Cristiane, o cenário apresentado traduz alguns dos desafios que a publicidade móvel enfrenta devido ao pouco tempo desde o seu surgimento no Brasil. “TV, rádio e revista são todas mídias que levaram tempo para se estabelecer e o mesmo vem acontecendo com a publicidade móvel. É tudo tão novo, difícil até de pensar, como era o Facebook há cinco anos. Nossa proposta no Mobile Day é justamente colocar os profissionais que estão à frente do mercado para dialogar sobre o tema.”