O IAB Brasil (Interactive Advertising Bureau Brasil) aproveitou o evento “Meu site é maior que o seu”, realizado na última quinta-feira (27) em São Paulo, para apresentar a primeira pesquisa sobre o uso de web analytics no Brasil. Desenvolvido pela Millward Brown, o estudo mostra como as companhias analisam os dados provenientes das ferramentas de web analytics e utilizam essas informações para balizar suas estratégias de marketing e investimento publicitário. O levantamento também tem como objetivo auxiliar as empresas a entenderem melhor como as ferramentas de monitoramento podem ser usadas como fonte de inteligência dos negócios, melhorando os resultados e aumentando os lucros.
O estudo mostra que a ferramenta ainda é pouco explorada no Brasil. De acordo com ele, 89% das empresas analisadas usam alguma ferramenta de web analytics, porém o uso não é feito de forma completa – o que não garante os bons resultados que o trabalho pode gerar; e 66% revelaram que a empresa não considerou a ferramenta como prioridade no início dos sites, perdendo assim a análise do impacto inicial. “É preciso mudar a cultura interna das empresas. Somente o instinto não é suficiente para os novos desafios que a internet apresenta. É fundamental estar balizado para acompanhar as mudanças de mercado em tempos cada vez mais curtos”, diz Ruy Carneiro, sócio da WA Consulting e membro do comitê de web analytics do IAB Brasil.
Foram realizadas 174 entrevistas, por telefone, entre agosto e setembro deste ano, com os profissionais responsáveis pelo web analytics das maiores empresas do país, escolhidas a partir do ranking da revista Exame. O estudo possibilitou traçar um perfil do profissional da área, as vantagens da ferramenta para as empresas e como está sendo usada na realidade.
Para Carneiro, o dado que mais chama atenção na pesquisa é que 75% das empresas não têm certeza se estão coletando os dados com precisão, o que pode ocasionar erros na coleta de dados. “Dentro desse universo, 70% dizem que esses dados chegam ao nível de gerência e executivos para tomada de decisões táticas e estratégicas. A pergunta que fica no ar é: Qual é o risco que estamos correndo? A pesquisa é justamente para diminuir os riscos”, comenta.
Segundo Fabio Coelho, presidente do IAB Brasil e diretor geral do Google no país, o uso de web analytics representa um diferencial competitivo para as empresas e uma ferramenta estratégica para os negócios, por isso é importante que o mercado compreenda a sua utilização.
Como é a primeira vez que a pesquisa foi realizada, não existem parâmetros de comparação. Porém, outro dado que chama atenção de Carneiro é a falta de investimento na área, como no treinamento de pessoal para operação dos softwares. “O mercado está crescendo, mas, apesar de já ter 15 anos aqui no Brasil, está amadurecendo somente agora”, opina. “As empresas começam a ver que realmente precisam de web analytics e isso faz com que esse amadurecimento seja acelerado”, completa.
Carneiro reforça também que a ferramenta é somente uma parte da equação. “Se não tiver pessoal preparado para implementar e analisar os dados que foram gerados, não adianta. É preciso ter profissionais treinados para isso, pois uma coisa é ter o dado, outra é tê-lo analisado para gerar informação e, posteriormente, inteligência. É a inteligência somada a experiência que vai gerar resultados para empresa”, explica.
Além de Carneiro e Coelho, realizaram apresentações durante o evento os profissionais Gabrielle Ferreira (Globosat), Amanda Gasperini (iProspect), André Zimmermann (Havas Digital), Marcelo Coutinho (Terra), Marcello Alvarenga (ABA) e Alex Banks (ComScore).
por Ana Paula Jung