Uma das principais marcas da publicidade brasileira, a Talent ainda não foi vendida oficialmente ao Publicis Group, negociação que está sendo coordenada pela Estáter, butique de negócios do economista Pérsio Souza, desde o último mês de fevereiro.
Alguns impasses impedem a assinatura do contrato de compra e venda. O principal deles é assegurar na nova configuração societária a cultura de gestão do negócio da propaganda desenvolvida pela agência criada pelo empresário Júlio Ribeiro, como detalhou em entrevista ao propmark o sócio José Francisco Eustachio e responsável pelas operações da agência.
“Há algum tempo resolvemos buscar um parceiro. Mas ainda não fechamos o negócio. Temos uma cultura e queremos preservá-la. O impasse que há é relacionado às questões estratégicas e não às meramente financeiras. Os valores que estão sendo especulados não são verdadeiros”, disse Eustachio que divide o controle da Talent com Ribeiro e Antonio Lino.
Mesmo descartando as questões financeiras para a finalização da venda da Talent, fontes com acesso ao processo acreditam que elas têm peso. O valor de R$ 320 milhões, considerado exagerado por especialistas, não deve ser o que vai ser pago aos acionistas da agência que ocupa a 15ª posição do ranking de investimentos brutos em mídia com um faturamento de R$ 597,3 milhões entre janeiro e julho deste ano. O valor máximo deve ser de R$ 200 milhões. Nesse caso, o impasse seria o montante do advance, valor das prestações e prazo de pagamento.
por Paulo Macedo