O mercado começa a desmitificar os influenciadores. O que antigamente era quase uma brincadeira, de repente, virou coisa séria e os influenciadores estão se profissionalizando, tomando conta do linguajar e ganhando rios de dinheiro. É assim a nova onda desse tipo de plataforma.

Para tornar mais crível o trabalho dos influencers é possível até trazer para a realidade o número correto de seguidores e o alcance dessa moçada que, em geral, exibe nomes estranhos e fica famosa também pelas caras e bocas, que atraem principalmente os jovens e, consequentemente, os anunciantes.

Charles Sperandio, CMO da Movida, uma das pioneiras a trabalhar com redes de influenciadores no Brasil, aposta em um software para obter com exatidão o alcance dos seus 36 influenciadores fixos e mais 68 sazonais. O executivo comenta que na lista estão diversas “categorias” de influenciadores, inclusive da área de economia e turismo. Sperandio garante que os seus profissionais atingem 88 milhões de pessoas. “É um segmento que vem crescendo muito no Brasil”, afirma, acrescentando que é por isso que a profissionalização do setor está sendo fundamental.

Charles Sperandio, CMO da Movida (Divulgação)

Para ele, o desenvolvimento do mundo digital, em especial no último ano, por conta da pandemia, foi o principal responsável pelo empurrão do segmento. “O nosso software consegue mapear quase todo trabalho e atuação dos influenciadores”, afirma. Ainda segundo ele, o mercado já confia nos dados. A Movida, locadora de carros e também de tuk tuks, bicicletas e triciclos elétricos, divide os seus influenciadores em 12 segmentos, entre eles turismo, automobilístico, economia e gastronomia.

ESTUDO
Uma pesquisa realizada pela Opinion Box, com mais de dois mil brasileiros, mostra que os influenciadores digitais seguem relevantes nas decisões de compras. Mostra em dados o quanto o marketing de influência nas redes sociais tem sido assertivo.

Murilo Henare, fundador e CEO da Banca Digital, agência especializada em marketing de influência, responsável por 30 perfis de entretenimento nas redes sociais, fala que através do comportamento do consumidor traça um perfil e as características e, a partir desses dados, produz as estratégias de engajamento.

“Como exemplo, posso citar uma ação que realizamos através de nossas páginas ligadas à Banca Digital. Nesse case, mais de 70 milhões de contas foram alcançadas durante a divulgação da 2ª temporada de Soltos em Floripa, no Prime Vídeo Brasil. Perfis como Sincero Oficial, Fofoquei, Choquei, Alfinetei, Xuxa Nave e outros desenvolveram publicações com toda expertise para atrair e gerar milhões de conversões”, conta. Segundo ele, com o mapeamento do público-alvo e o seu comportamento na web, é possível garantir uma porcentagem excelente de engajamento e consumo.

Murilo Henare, da Banca Digital (Divulgação)

Conforme estudo da Opinion Box, 67% dos usuários do Instagram no Brasil seguem influenciadores; 55% disseram já ter comprado algo que um influenciador digital indicou ou usa; e 18,5% foram influenciados por pessoas famosas na hora de comprar e consumir produtos.

Além disso, 82% dos brasileiros seguem marcas no Instagram e 47% gostam de usar a rede para acompanhar e curtir fotos de empresas e marcas. Henare confirma que o marketing de influência digital ganha cada vez mais destaque. Para ele, as marcas perceberam a relevância dessa estratégia. “Graças a dados de engajamento e novas possibilidades de negócios, hoje, é realidade dizer que as marcas tratam nosso trabalho como parte central do planejamento, e isso é uma grande conquista”, diz.

Ele afirma ainda que, com a pandemia, o marketing de influência se tornou ainda mais estratégico, somando engajamento e alcance, que resultam numa entrega muito atrativa para as marcas. “Os investimentos dobraram e a procura das grandes empresas também. Como referência, temos a pesquisa do Youpix. O estudo constatou que o investimento em influência deve crescer 71% em 2021. 94 empresas foram entrevistadas e, para 71% delas, essa modalidade é parte central de seu planejamento”, conta.