Em 2010, quase tive meu pé direito arrancado totalmente por um acidente doméstico com uma escada metálica. Senti na pele os grandes problemas que as pessoas com deficiência sofrem dentro do processo de inclusão na sociedade. Até então, nunca poderia imaginar que este fato me transformaria em uma pessoa com deficiência motora e me levaria a estudar, nos anos seguintes e com a ótica mercadológica, uma nova realidade.
Até 2017, a Arquitetos da Criatividade era uma agência convencional. Naquele ano, motivados pela condição de pessoa com deficiência, pelo meu forte relacionamento no setor e por já termos realizado diversos trabalhos para esse mercado e pela forte expansão do mesmo, a Arquitetos iniciou algumas pesquisas com o objetivo de se reposicionar estrategicamente.
Os resultados demonstraram que o mercado publicitário não estava focado na acessibilidade. Passamos então a registrar marcas e criar termos, conceitos e metodologias como Marketing da diversidade, Marketing assistivo, Publicidade assistiva, Arquitetura assistiva, Engenharia assistiva, Coaching assistivo, Soluções assistivas e, por último, Design universal, que se tornaria o novo nome fantasia da Arquitetos.
Nesse mesmo ano criamos o Instituto Humanus, bem como ampliamos nosso foco para o atendimento prioritário ao público da diversidade assistiva, composto por pessoas com deficiência, obesos e idosos. Afinal, estávamos conscientes de que se conseguíssemos atingir e satisfazer esses indivíduos com necessidades tão diferenciadas, teríamos excelência frente às demais.
Cruzando informações dos três mercados-alvo, concluímos que os clientes da diversidade assistiva consomem mais de 130 bilhões de reais ao ano. Este universo é composto, atualmente, por aproximadamente 25% da população brasileira e está em franca expansão, principalmente devido ao crescimento do número de idosos. Os seus consumidores têm um perfil de fidelidade frente às empresas que buscam atender às suas necessidades diferenciadas e podem representar, para quem investe neste público, a garantia de maiores lucros financeiros, além de exponencial visibilidade social para as suas marcas.
O termo Design Universal, também conhecido como design para todos, foi utilizado pela primeira vez nos anos 70 pelo norte-americano Ronald Mace, um arquiteto com deficiência motora que estruturou os sete princípios básicos para que um produto passasse a ser inclusivo, ou seja, utilizado pela maioria quase absoluta das pessoas. Até, então, o termo era adotado apenas por engenheiros e arquitetos, adaptando obras para todos os tipos de diversidade.
Hoje, estamos trabalhando os princípios do design universal psico-comunicacional, que migrará os sete princípios para as áreas comportamentais e mercadológicas das empresas.
O Instituto Humanos, que ajudamos a criar, é formado por um grupo de empresas e profissionais, muitos dos quais incluídos no perfil do público-alvo. Seu trabalho consiste no desenvolvimento de soluções em tecnologia assistiva, sejam elas analógicas, clínica ou digital, que facilitem ao público da diversidade assistiva realizarem suas tarefas diárias.
A equipe diretiva da Humanus é composta por Rodolfo Sonnewend, especialista na diversidade assistiva e atual presidente; Cleusa M. Sonnewend, educadora com especialidade na pessoa com deficiência de aprendizagem; Marta A. Machado, educadora com especialização em equoterapia, além de larga vivência no universo das pessoas com deficiência; Daniel Moreira, administrador com especialidade em treinamento atitudinal das pessoas da diversidade assistiva; e Waldemar Ciglioni, professor acadêmico, publicitário, autor e profissional de marketing com especialidade na diversidade assistiva para idosos.
Participar da Humanus é muito simples, basta registrar a sua empresa no site da entidade. Depois de inscrito, o interessado terá acesso a todos os procedimentos para enquadrar o seu negócio como fornecedor para o universo das pessoas da diversidade assistiva, bem como receber toda a orientação necessária para esse enquadramento.
Rodolfo Sonnewend, presidente do Instituto Humanus e CEO da Design Universal
Leia mais
Neymar é a prova da falência do media training
Marcas, veículos e audiência