A força de ritmos e melodias como atributos das marcas de consumo e a possibilidade de gerar receitas com streamings – tecnologia virtual – que respeitem os direitos autorais dos artistas nortearam as apresentações de cases durante evento promovido pelo grupo Inteligência Musical, que ocorreu em São Paulo, nesta quinta-feira (07).
Fenômenos como Rebecca Black e Mallu Magalhães, descobertas pelo Youtube e My Space, respectivamente, são enigmas do mundo virtual que se firmaram no real. Para entendê-los, representantes de plataformas de músicas como a Sonora – Terra, Facebook e Coca-Cola desenvolveram meios de interação entre o consumidor, artistas e marcas de consumo diante dos novos padrões de comportamento – na era do download – e da navegação fluída na web que mudaram a dinâmica na cadeia musical e ameaçam os CDs.
A aposta faz sentido já que o nicho de naming rights em rádio ganha espaço no mercado publicitário mundial e recentemente registrou no Brasil a adesão da linha de bebidas Fast, da Nestlé, à 89 FM, num investimento inédito para todas as praças no mundo em que marca está presente.
Estratégias
De fato, a união entre o poder e recursos das companhias globais e da música em novos meios não é nova. A Coca-Cola é prova disso. O que muda, segundo o gerente sênior de excelência criativa das 16 marcas da companhia, Gian Martinez, é a mentalidade e a visão do negócio música que precisa ser repensado com ideias como o Guitar Hero e o Napster, que permitem ganhos para ambas as partes. “As premissas para uma boa ideia é chamar atenção e mobilizar várias pessoas. A música sempre fez isso, mas com as novas tecnologias temos um meio de difusão mais rápido, uma perspectiva valiosa em negócios”.
Como o que aconteceu com a música Wavin’ Flag, que registrou 1,2 milhões de downloads em 2010. Gravada pelo cantor K’Naan, nascido na Somália e naturalizado canadense, a música foi transformada pela Coca-Cola no hino da Copa do Mundo. Martinez garante que o cantor foi recompensado. “Ele concordou em investir na ideia sem um grande custo inicial, mas no fim ganhou reconhecimento mundial. Talvez não tivéssemos conseguido executar a ideia se os direitos autorais fossem altos”.
Para exemplificar as oportunidades da viralização das músicas no ambiente web, ele ainda cita o grupo de amigos cariocas que formaram o “Queremos” e conseguem via redes sociais arrecadar dinheiro para trazer shows de bandas internacionais ao Rio de Janeiro, cidade fora do roteiro tradicional das turnês pelo País.
Questionado pelo propmark sobre qual a verba que a Coca-Cola disponibiliza para projetos de interação no meio web, como a gravação do novo CD da banda inglesa Maroon Five, transmitidas on line, de Londres para o mundo, por 24 horas, com patrocínio da marca, em março, Martinez garantiu que não há restrição de orçamentos. “Não há limites anuais como em outras companhias. Avaliamos os projetos para o Brasil, América Latina e até para outros países e as portas da companhia no Rio de Janeiro estão abertas para as propostas. A agenda é cheia, mas damos um jeito de ouvir a todos”, garantiu ele.
Conceitos
Já a diretora o Sonora, plataforma musical do portal Terra, Débora Dubin, afirmou que há meios de dar acesso às músicas e gerar receita de direitos autorais e publicitários. Para ela, os internautas estão mais interessados em streamings do que em downloads, o que revela um novo comportamento do consumidor na rede, sendo os gêneros preferidos o sertanejo, o eletrônico e o gospel. “Só em março, dois artistas atingiram 3 milhões de streamings para ouvintes entre 25 a 35 anos, (54%) de homens, em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife”.
A plataforma Sonora disponibiliza milhares de singles para streaming e pacotes para downloads, tem 400 mil assinantes e 3 milhões de visitas/mês. As músicas são disponibilizadas gratuitamente para e o site lucra com publicidade de banners ou rádio customizadas. “Uma gravadora com 20% de share de streaming recebe 20% do meu bolo publicitário e ela repassa para seu artista. As editoras recebem do share de downloads dos assinantes. Trabalhamos com grandes gravadoras, mas as que melhor entendem o potencial da web são as independentes”.
Além disso, o Sonora realiza ações de trial para e o Magazine Luiza e concursos em sites de artistas com apoio da Rolling Stone e da Billboard. No concurso Hitzero, conseguiu unir marcas como a Universal e a Coca-Cola e de quebra descobriu uma nova banda selecionada para gravar seu primeiro CD. Já as promoções incentivam o uso do Sonora dentro das redes sociais. “As ações são pensadas para aumentar o streaming e fazer a gravadora e o artista lucrar na web”.
A plataforma atua em vários países disponibilizando milhares de singles para streaming e pacotes para downloads, tendo 400 mil assinantes e 3 milhões de visitas/mês. As músicas são disponibilizadas gratuitamente para os internautas que optam por streamings, mas o site lucra com publicidade de banners ou rádio customizadas. “Uma gravadora com 20% de share de streaming recebe 20% do meu bolo publicitário e ela repassa para seu artista. As editoras recebem do share de downloads dos assinantes. Trabalhamos com grandes gravadoras, mas as que melhor entendem o potencial da web são as independentes”.
O Sonora vem trabalhando ações de trial para e Magazines Luiza e concursos em sites de artistas e conta com apoio da Rolling Stone e da Billboard. No concurso Hitzero, a Sonora conseguiu unir marcas fortes como a Universal e a Coca-Cola e de quebra descobrir uma nova banda que foi selecionada para gravar seu primeiro CD. Já as promoções incentivam o uso do Sonora dentro das redes sociais, uma delas premiava os usuários que acumulassem a maior quantidade de tags “curti” no Facebook. “As ações são pensadas para aumentar o streaming e fazer a gravadora e o artista lucrar na web”.
Fenômeno
Embora consiga conectar amigos, marcas e sentimentos, o Facebook contratou a Kappa Makki para alavancar seu contato com as marcas relacionadas às músicas para duetos. O potencial é imenso. Em janeiro e fevereiro a rede cresceu 45% no Brasil, ganhou 16 milhões de usuários e ocupa o segundo lugar em tráfego de vídeos no mundo. Atualmente, 250 milhões de pessoas acessam o Facebook por celular, sendo que 25% do tráfego móvel de informações são dos Estados Unidos, e 50% do Reino Unido.
Ricardo Sangion, executivo da rede no Brasil esteve no “Inteligência Musical” e disse que as marcas ainda não sabem como tirar proveito do potencial do FB como faz a Coca-Cola, única citada em seu Top 20 de músicas, embora seu produto sejam bebidas. “Os patrocinadores podem nas páginas dos artistas e medimos as estatísticas de plug in”.
E já que boa parte da receita do FB vem da publicidade – em 2010 chegou a US$ 1,86 bilhão de acordo com dados da consultoria eMaketer, oportunidades é que não faltam.
Por Perla Rossetti
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