No ar desde a última terça-feira (23), a campanha do Itaú Personnalité que traz o novo posicionamento do banco sobre sua presença no mercado financeiro tem dividido opiniões na internet. O filme protagonizado pelo ator Marcos Veras e dirigido por Fernando Meirelles, da O2 Filmes, expõe de forma direta o trabalho de corretoras de investimentos e seu modelo de remuneração, baseado na comissão por cada recomendação de investimento.

Campanha criada pela DPZ&T foi dirigida por Fernando Meirelles

O filme criado pela agência DPZ&T não foi bem recebido pela XP Investimentos, que por meio de seu CEO e fundador, Guilherme Benchimol, publicou artigo em seu perfil no Linkedin pontuando sua insatisfação. No texto Resposta aos ataques do Itaú, publicado nesta quarta-feira (24), o executivo destaca que os 7.000 assessores independentes da XP trabalham para trazer as melhores oportunidades para os investidores, e que eles atuam de forma ética.

“A nova campanha do Itaú ataca o comissionamento dos assessores na distribuição de produtos financeiros, como se ganhar dinheiro com o trabalho fosse errado. Sempre fomos transparentes nisso”, destacou Benchimol. Em outro trecho, continuou: “O assessor é um empresário, um empreendedor que tem a sua própria empresa e somente sobrevive se a visão for de longo prazo, com um cliente realmente satisfeito e muita ética em todas as suas atitudes”.

No filme do Itaú Personnalité, o banco reforça que seus especialistas são isentos, pois não dependem de comissão, recurso que pode interferir no julgamento dos profissionais em relação aos investimentos dos clientes. Ao PROPMARK, Guilhermo Bressane, diretor de marketing negócios do Itaú Unibanco, esclareceu que “a comunicação não ataca público A ou B”. “A campanha não é contra o profissional ou consultor, não temos absolutamente nada contra eles. Há profissionais bons e ruins em qualquer lugar. A campanha é um convite à reflexão sobre os modelos de remuneração existentes, não necessariamente sobre um ou outro profissional”.

Detalhando o processo criativo que levou a comunicação, Rafael Urenha, chief creative officer da agência DPZ&T, argumentou que a campanha foi baseada em mensagens de clientes ao banco, agradecendo as decisões estratégicas, transparentes e responsáveis de seus assessores.

“Os insights da campanha surgiram do depoimento desses clientes que fizeram escolhas no passado e estavam agradecendo os especialistas. Foi daí que nasceu a lógica criativa. Foi olhando para dentro que a campanha nasceu, não foi da vontade de atacar”, explicou Urenha. “É uma campanha corajosa desde o começo porque se propôs a mudar uma narrativa que só esteve na boca da concorrência e agora estamos corrigindo, de forma transparente, uma história baseada nas nossas verdades, com atributos claros”, finalizou o executivo.