A Polícia Federal iniciou nesta segunda-feira a 23ª fase da Operação Lava-Jato, batizada de “Acarajé em referência ao termo utilizado pelos investigados para denominar dinheiro em espécie. Um dos alvos principais é o publicitário João Santana, o marqueteiro responsável pelas campanhas de Lula e Dilma Rousseff nas eleições presidenciais de 2006, 2010 e 2014, todas vencidas pelos candidatos do Partido dos Trabalhadores (PT).
O juiz Sergio Moro já expediu um mandado de prisão para João Santana e sua esposa e sócia, Monica Santana, que estão na República Dominicana trabalhando pela reeleição do presidente Danilo Medina. Enquanto o publicitário não volta ao Brasil, agentes de PF estão em sua casa, em um bairro nobre de Salvador, em busca de provas e evidências.
Santana está sendo investigado por suspeitas de manter contas no exterior com origens não declaradas. A Lava-Jato apontam para pagamentos de mais de US$ 7 milhões feitas por um grupo empresarial contas no exterior e o rastreamento do dinheiro leva para supostos pagamentos feitos pela Odebrecht, que também está entre os alvos principais desta fase da operação, e o engenheiro Zwi Skornicki, que foi preso preventivamente nesta segunda-feira e pode ter anotações que incriminam o marqueteiro.
Santana não é o primeiro publicitário a ter prisão decretada pela Lava-Jato. No ano passado, o ex-vice presidente da Borgi/Lowe (atual Mullen Lowe) foi preso por operar um esquema de propinas. A FCB, agência da Petrobras, também teve o nome envolvido diretamente após solicitar que a O2 Filmes fizesse um depósito referente a pagamento do chamado BV de produtora que caiu na conta do deputado cassado André Vargas.
Juntas, a Mullen Lowe e a FCB Brasil terão que devolver R$ 50 milhões ao governo referentes ao obtido nos últimos cinco anos com contratos irregulares firmado com empresas públicas como Petrobras, Caixa Econômica Federal e Ministério da Saúde. Leia mais aqui.