Lula Vieira conta histórias divertidas captadas no dia a dia da publicidade (Unsplash)

Tina Correia é escritora, foi uma das grandes revelações das letras no ano de 2018 com o livro Essa Menina, onde conta sua infância na cidade de Paripiranga. Até alguns anos, era constantemente contratada pela Globo para participar de novelas ou especiais graças ao seu talento de atriz e o tipo marcadamente nordestino.

Uma vez foi chamada para participar de uma série chamada A Justiceira, onde foi uma das mulheres mortas pela personagem do papel-título, interpretada por Malu Mader. A locação foi na fazenda de Ronaldo César Coelho, no interior do Estado do Rio, na antiga casa grande magnificamente recuperada. Na realidade, uma obra-prima de restauro, com quadros, esculturas e mobiliário dignos de museus, além de uma mata belíssima, cortada por um rio de águas clarinhas cuidadosamente mantido.

O último capítulo foi gravado na piscina, com a personagem de Tina sendo assassinada, levando alguns tiros e caindo na água, deixando uma mancha de sangue. Tina deveria ficar boiando, enquanto entrava na tela o letreiro: Fim. Por uma enorme coincidência, no momento que Tina interpretava o cadáver boiando, Ronaldo – que não conhecia o enredo – resolve dar uma olhada na propriedade.

E se depara com a morta sujando de vermelho a água azul da piscina. Quando ela se virou, Ronaldo deu um grito de surpresa: “Tina, o que você está fazendo de roupa na piscina? E morta, ainda por cima?”


Estávamos no bar do Hotel Martinez, em Cannes, já na quarta garrafa de vinho, quando um dos presentes, por sinal um famoso publicitário baiano, levou a conversa para onde caminha todo papo de homem bêbado: mulheres. Que perde só para futebol como assunto preferido de rodinha de macho. Pois bem, estavam todos contando suas mentiras quando, para provocar o baiano, um dos bebuns pergunta: “você fica aí dizendo que é macho, que comeu esta e aquela, você garante que nunca deu na sua vida?” Fez se silêncio, enquanto o acusado passava o filme de sua história e pensava um jeito de responder com toda sinceridade. E confessou: “dei sim…”. E concluiu: “… Mas não traguei”.


Uma vez na sala de reunião de nossa agência, entrou a moça do café (a história é velha, ainda tinha isso) e passamos todos a jogar conversa fora, como de praxe. Foi quando alguém contou a história de que uma vez dois amigos dele estavam na estrada de Angra, a uns 120 por hora, quando foram parados pela Polícia Rodoviária.

O carona, com jeitão de quem estava acostumado a se safar nessas ocasiões, disse ao motorista, com a maior tranquilidade: “deixa comigo, eu quebro essa!” Quando o policial se aproximou, o carona tomou a palavra: “senhor guarda, já sei que o senhor vai dizer que o nosso amigo aqui estava dirigindo em excesso de velocidade. Concordo inteiramente. Ele estava correndo feito um louco, colocando em risco não só sua vida, como a vida de outras pessoas.

Mas neste caso há um fato excepcional. Lá na frente, num outro carro, está a mulher dele com o amante. Ele pretendia dar um flagra na galinha que deixa os filhos do casal com a babá para fazer putaria todas as tardes com um desqualificado de um vagabundo que além de tudo ainda gasta gasolina que é paga pelo corno aqui.

Ele queria dar uma lição de moral nos dois”. O guarda coçou a cabeça, surpreso com a história, uma desculpa para correr inédita para ele e disse: “tá bom irmão, vai na paz! Mas toma cuidado que, pelo jeito que tu estás correndo, além de corno ainda vai ficar aleijado”. O motorista escapou da multa, mas a amizade com o carona nunca foi a mesma.


Quase morri de vergonha. Alheia. Chegou no coworking um novo participante, um diretor de arte livre atirador, que não aguentava mais trabalhar em casa, pois era um apartamento pequeno e ele dividia com a mulher e três filhos.

Tanto ele como a mulher tinham ultrapassado a fase da novidade e começaram a perceber que as vantagens trazidas por morar e trabalhar no mesmo lugar perdem feio para as desvantagens, que são muitas, inclusive a sensação de morar no escritório, que – segundo todos com quem conversei sobre isso – é muito maior do que trabalhar em casa.

Bem, a história não é essa. Quando o novo dono de um canto de mesa chegou, todos acompanharam a instalação de seu imenso computador, um Mac top de linha, com uma tela de invejar sala de cinema. Havia umas dez pessoas acompanhando a tarefa, quando a tela deu sinal de vida, mostrando para todos (até hoje não sei por que) o que o dono estava vendo quando sua máquina foi desligada.

O mimoso site “As Brasileirinhas”, com as mais bizarras cenas de sexo explícito. Ouviu-se um totalmente espontâneo “oohhh” enquanto o novo vizinho de bancada tentava explicar que era o filho o responsável pelo que a tela mostrava. Claro que em vão. Não na frente dele, claro, mas todos só se referem ao novo vizinho como “o da punheta”.