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A qualidade de vida no ambiente de trabalho tem mobilizado pesquisas e investimentos com foco não só no aumento da produtividade, mas também para promover a sustentabilidade. De olho nesse tema, a Sodexo apresenta o Índice Sodexo de Qualidade de Vida no Trabalho (IQVT) para compreender fatores que interferem nessa questão, medindo a ideia do brasileiro em relação ao trabalho.

Parcialmente, os resultados apontam indivíduos com baixo nível de percepção quanto a qualidade de vida no trabalho sem um gênero determinante para essa classificação. Os mais jovens aparecem estar mais insatisfeitos, apesar de apresentarem bom grau de instrução (superior completo). Em geral, os maiores níveis de insatisfação estão em empresas de grande porte com mais de 500 funcionários. Segundo o estudo, 11% das pessoas jovens, com superior completo e que trabalham como empregados em áreas executivas e sem atribuição de chefia, se mostraram insatisfeitas.

Por outro lado, os indivíduos que apontam nível elevado de percepção de qualidade de vida no trabalho têm predomínio do sexo masculino. Essas pessoas também apresentam grau elevado de instrução. A faixa etária prevalece em pessoas com mais experiência, entre 35 a 54 anos de idade. A maioria também se encontra em empresas de grande porte no setor de econômico de serviços.

De acordo com Fernando Cosenza, diretor executivo de Sustentabilidade da Sodexo, o conceito de qualidade de vida é uma percepção individual e relativa, por isso não pode ser fixa. Além disso, a empresa considera seis dimensões diferentes sobre o assunto.

A primeira delas é a saúde e bem estar, que está no topo das definições de qualidade de vida dos pesquisados. Em segundo, se posiciona conforto e segurança, que inclui morar bem, sentir-se seguro em casa, no trabalho, na rua e no deslocamento. “Em terceiro lugar aparece o aprendizado, que nada mais é do que o crescimento profissional. A pessoa que se sente aprendendo, evoluindo em seu trabalho e na vida pessoal, amplia a percepção de qualidade de vida”, esclarece Cosenza.

A interação social aparece como a quarta dimensão, porque ter amigos no trabalho, com vida social e produtiva, melhora a troca entre as pessoas. O reconhecimento é o quinto elemento essencial para que o profissional se sinta valorizado, significando que ele está rendendo e terá maior poder aquisitivo, que resulta em compra de saúde, bem-estar, segurança e conforto.

“A última dimensão é facilidade e eficiência. Neste caso, precisamos de um pouco mais de pensamento logístico de engenharia e ter as ferramentas necessárias para desempenhar as atividades diárias. Estamos falando sobre a capacidade de se deslocar com facilidade. Quem vive em grandes metrópoles no Brasil tem a qualidade de vida atingida pela dificuldade de deslocamento. Além, é claro, de empresas que não oferecem os equipamentos necessários para efetuar as funções”, explica Cosenza.

O questionário se baseia nessas seis dimensões e apresenta 30 questões, que podem ser respondidas no ambiente digital. O teste foi respondido por 3.500 pessoas até o momento. Sobre os resultados, Cosenza afirma que é compreensível que os jovens tenham uma percepção menor de qualidade de vida devido à instabilidade vivida pelo Brasil atualmente. “O desemprego atinge os mais jovens e cria uma incerteza terrível para quem está saindo da faculdade. Esse jovem está sendo colocado em um mercado de trabalho desafiador, que a gente sabe que as empresas têm muitas opções de candidatos disponíveis e os profissionais com experiência acabam sendo escolhidos”.