Bicicleta foi feita a partir de sucata de MercedesMissão: “compensar” o dano causado por um automóvel ao meio ambiente, percorrendo a distância equivalente à do veículo antes de sua chegada ao depósito de sucata. Idealizado pela Leo Burnett Lisboa para a revista B, publicação portuguesa dedicada à cultura ciclista, o projeto “Carma” (nome da bicicleta feita a partir dos restos de um Mercedes) pretende mobilizar o maior número possível de pessoas até que sejam completados 159.768 km de pedaladas. “Pelo simbolismo da ideia de transformar um carro em uma bicicleta, nós e o cliente achamos que a peça tinha potencial para ser mais que um simples anúncio de revista e que poderia lançar uma discussão sobre a forma como a população se move nas grandes cidades”, diz a brasileira Luciana Cani, diretora-executiva de criação da Leo Lisboa.

 

 

Apresentado à revista B no fim de 2012, o “Carma” precisava de parceiros para se concretizar. Segundo Luciana, estes foram rapidamente encontrados. “Creio que sustentabilidade é um tema que envolve as pessoas. Em pouco tempo, muita gente gostou da ideia e quis fazer parte dela. Vejo entusiasmo entre os criativos e cada vez mais clientes interessados em projetos desse tipo”, afirma. Esses parceiros incluem a Rcicla, fabricante responsável por encontrar o carro que seria a base do novo protótipo e pela construção da bicicleta; a Rasto, autora dos acessórios para ciclistas criados a partir dos estofados do automóvel; a toGuide, cujo sistema determina a localização exata da Carma e permite a contagem dos quilômetros; e a Albiñana, que possibilitou a produção de um curta-metragem sobre a construção da peça.

Durante as próximas semanas, a bicicleta estará circulando por diversos pontos da cidade e todos os interessados podem testar o estiloso meio de transporte. Basta se inscrever no site carma-project.com para saber onde ela se encontra. Na página também é possível conhecer o processo de criação do projeto. “Por enquanto, essa peça é única. E a missão que ela tem de cumprir não é pequena. Nosso objetivo é que o maior número possível de pessoas possa ajudar a compensar esse ‘carma’, por isso ela deve viajar para outras cidades da Europa”, finaliza Luciana.