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O filósofo francês da cultura virtual contemporânea Pierre Levy trouxe para a RioContentMarket seu olhar sobre o que ele chama de “meio algorítmico”, medida que comanda hoje todo o mundo digital. Professoral, o acadêmico discorreu sobre seu entusiasmo com o futuro e suas muitas possibilidades de contribuir para o desenvolvimento do ser humano a partir da conexão cada vez mais produtiva entre pessoas na internet.

Ele defendeu a chamada “Inteligência coletiva reflexiva”, um novo conhecimento possibilitado pelas novas tecnologias e o acesso e compartilhamento cada vez maior de informações – algo que transforma a ciência, o mundo das ideias, a produção e aquisição de conhecimento.

“Hoje o que fazemos na internet é o trabalho dos bibliotecários de antigamente. Cada vez que colocamos um link em um blog, recomendamos um livro ou colocamos uma hashtag num post estamos contribuindo para um reajuste e reorganização de informações na web, influenciando as buscas do Google ou os trending topics do Twitter”,  disse.

Ele comparou a revolução pela qual passamos, em que existe um único grande documento – que é a nuvem – no qual navegamos à invenção da escrita, há cinco mil anos. “A pesquisa colaborativa está transformando a ciência, o jornalismo trabalha com novas possibilidades nas redes sociais (o Jornalismo Social), a educação vive uma transformação de recursos e acesso. Estamos todos aprendendo colaborativamente. Aumenta a sinergia entre pessoas e instituições. Empresas disponibilizam, cada vez mais, informações para o mundo. Tudo isso contribui para a formação de um novo conhecimento colaborativo”, explicou o acadêmico.

Entre as tendências para futuro ele citou o crescimento cada vez maior e mais produtivo de games, a chamada “gamificação”, dos  recursos da geolocalizaçao, do dinheiro criptografado. O trabalho será cada vez mais colaborativo. “Hoje 31% das pessoas estão conectadas no mundo. Em breve, metade da população mundial deve estar online. Claro que levará tempo para que todos estejam conectados e isso não depende apenas da educação digital, mas da educação propriamente dita. Levará algumas gerações, mas chegaremos lá”, concluiu.