Presidente da Ampro e Rock, Kito Mansano afirmou que o pessimismo das empresas foi exageradoTransformar a crise em oportunidade é uma das máximas mais repetidas no mercado. Muitos anunciantes já perceberam que em momentos difíceis o melhor caminho não é abandonar a comunicação. Algumas áreas, como o marketing promocional, aproveitam o momento para trabalhar mais. “As empresas entenderam que precisam fomentar as vendas para não sofrer no segundo semestre e muitas estão preparando ações de live marketing”, explica Kito Mansano, presidente da Rock Comunicação e da Ampro (Associação de Marketing Promocional).

Segundo Mansano, no ano passado, foram realizadas 3 mil promoções. A expectativa é que, neste ano, haja um incremento de ao menos 10% neste número. “Fazendo um comparativo na nossa agência, desde 2008 não começávamos um ano tão ativo”, conta.

Segundo o executivo, as empresas perceberam que precisam investir mesmo nos momentos complicados. “Muitos preferiram garantir o resultado já”, fala. Mansano afirma que a associação não faz um levantamento trimestral. “É capaz de ser um resultado significativo. Se o ritmo se mantiver, pode ser um ano histórico”, espera.

O presidente da Ampro contou que algumas agências não estavam preparadas para a demanda que receberam no período. “Algumas empresas se anteciparam negativamente e agora não estão conseguindo atender à demanda. O pessimismo foi exagerado. Se você não toma cuidado, se contamina. Para o nosso negócio o mercado está bastante aquecido”, diz.

Marcio Esher, diretor-geral do Banco de Eventos, também está otimista. Para ele, os três primeiros meses deste ano superaram as expectativas traçadas em 2014. “Tivemos um início de ano com a realização de vários projetos e aumento na demanda de novas campanhas”, diz. Segundo Esher, o trabalho está sendo constante e intenso. “Existem muitas oportunidades e todas elas deverão ser muito bem trabalhadas para se converterem em resultados”, completa.

O diretor de operações da Cheil, Evandro Gomes, classificou os três primeiros meses como “acima das expectativas”. “Fizemos um grande evento para a Samsung, em Mônaco, e o Latin Forum, que reuniu mais de 500 pessoas e apresentou as novidades da empresa para o mercado latino-americano”, exemplificou.

Na NewStyle, o trimestre foi dentro do esperado, segundo Claudio Xavier, copresidente da agência. “Foi dentro das nossas expectativas, apesar de estarmos vendo um discurso muito pessimista, mas vejo que as coisas estão andando”, diz.

Xavier disse que anos de crise não necessariamente são ruins para o mercado publicitário. “Temos visto uma demanda crescente e, por mais que o discurso seja pessimista, os clientes precisam acelerar as vendas”, completa.

Na F.biz, o resultado também surpreendeu. “Foi muito bom, frente à expectativa que tínhamos em decorrência da situação econômica do país. Esperávamos um crescimento tímido, mas fomos surpreendidos. Conseguimos crescer mais do que esperávamos. Inclusive, tínhamos alguns projetos do ano passado que conseguimos implementar nesse trimestre”, conta Roberto Grosman, co-CEO da agência. Para o executivo uma das vantagens da empresa é a expertise em digital. “Enxergamos boas oportunidades e percebemos as empresas buscando eficiência”, completa.

Em momentos de orçamentos mais apertados, a eficiência é essencial. “O cliente busca ações mais eficientes, com mídia mais segmentada e com menos dispersões. Os clientes querem ações que gerem resultados em curto prazo. Agora, o foco é no momento da venda e na segmentação da mensagem para um público mais selecionado”, afirma Grosman.

Na DM9DDB, o clima também é de “sinal trocado”, como afirma Paulo Queiroz, copresidente da agência. “O trimestre foi tão bom que vamos fazer um anúncio dos nossos cem primeiros dias do ano”, conta. O crescimento foi de 15% no primeiro bimestre, segundo o executivo. “Temos uma crise de credibilidade, sobretudo. A moeda forte do momento é a confiança”, declara.

O presidente da BFerraz e sócio do Grupo ABC, Bazinho Ferraz, percebeu um aumento em algumas áreas específicas. “Houve aumento na procura de ações de trade marketing e incentivo, além de promoções no ponto de venda”, diz.

Na Mood, o momento foi de cautela. “Nosso primeiro trimestre foi disputado, mas acertamos em cheio nosso planejamento, que para este ano é conservador. Nossas expectativas foram atingidas em cheio, mas a verdade é que estamos acostumados a superar sempre as expectativas”, fala Augusto Cruz Neto, sócio e presidente da agência.

Para o copresidente da Leo Burnett Tailor Made, Marcio Toscani, o período está alinhado com outros primeiros trimestres. “Período de férias é sempre mais fraco. A expectativa é melhorar. Em março, já sentimos uma certa recuperação”, conta. CM e VN