O CEO da Lojas Renner, José Galló, e a gerente-geral de marketing, Luciane Franciscone, apresentaram na semana passada a analistas e investidores, em Porto Alegre, o que está por trás dos resultados da maior varejista de moda do país. Galló disse que a marca caminha para uma consolidação nacional. Atualmente, são 232 lojas da marca no país, mais 58 da Camicado e 23 da YouCom, que pertencem à rede. A expectativa da rede é ter, em 2021, 408 lojas Renner, 125 Camicado e ainda há potencial para ter 300 lojas YouCom – a startup da empresa.
O executivo lembrou que a Renner tem um posicionamento forte com foco em moda dirigida para o público feminino. Já a marca YouCom é focada no público jovem entre 18 e 35 anos e não tem concorrentes diretos. “Esta marca tem potencial para mercados menores com possibilidade de operar em franquias e multimarcas”, adianta. A Camicado, por sua vez, é líder no segmento de casa e decoração e tem o mesmo público-alvo da Renner. “Manter o mesmo core é muito importante quando se faz expansão”, diz.
Galló também acredita em crescimento de share. “Temos potencial para colocar mais venda por metro quadrado nas nossas lojas”, afirma, ressaltando que quando o mercado está favorável para consumo, arrasta todo mundo, porém quando está mais restrito, como no cenário atual, permance quem tiver diferencial competitivo. “Esse valor se materializa em produto, loja e marca forte. Há uma seleção natural. E 2015 será um ano de desafio, um teste para todos nós varejistas. Em mercados mais restritos, é preciso ter proposta de valor bastante diferenciada”, avalia.
O executivo acredita que ainda há muito espaço para crescimento dentro do mercado total de vestuário. Atualmente, a participação das cinco maiores empresas do setor no país, como Renner, C&A, Riachuelo, Marisa e Casas Pernambucanas, representa entre
12% e 13%, podendo crescer para 20% a 22% do setor.
A informalidade no varejo do vestuário está entre 35% e 40% do setor, o que é muito grande na visão do CEO da Renner. Segundo Galló, esta situação é “danosa” para o país porque reduz a produtividade do setor, representa a sonegação de impostos e evita que as companhias cresçam e se modernizem.
Embora o foco seja lojas em shoppings, onde estão 94% dos pontos, Galló avalia oportunidades de aumentar o número de lojas de rua para ocupar espaços de varejistas menores que deixarem o mercado em função do cenário mais restrito da economia. Segundo o CEO, dos 245 pontos de venda com os quais a rede deve fechar 2014, apenas 6% das unidades estão fora de shopping centers.