No que se trata de consumo, o comportamento das pessoas se transformou bruscamente nas últimas décadas. Segundo Marcelo Tas, participante da comissão de “Comunicação one-to-one” do V Congresso Brasileiro da Indústria da Comunicação, os fatos passaram a ser expostos de maneira praticamente instantânea com o avanço da tecnologia, fazendo com que a transparência deixasse de ser um item opcional para ser obrigatório nas corporações.
O apresentador do CQC, primeiro a falar durante a comissão “Comunicação one-to-one: personalização X privacidade”, presidida pelo deputado Milton Monti, afirma que, hoje, o consumidor tem o poder de cruzar informações, verificar fatos e opiniões e contestar o que lhe é repassado.
“A geração antiga vivia no modo ‘copy-paste’, ou seja, os alunos copiavam o que tinha na lousa e não questionavam a informação passada. Atualmente, o consumidor é muito mais crítico e ativo. Ele já fica com o olho aberto, contesta e tem vários canais de comunicação para cruzar as informações. O comportamento do consumidor antes era ‘canino’: ele vinha quando chamávamos, respondia quando anunciávamos e se comportava como queríamos. Hoje, ele é mais como um gato: vai quando e onde quiser, come e dorme quando tiver vontade e, se quiser, ainda pode ‘ferrar’ com o dono, pois sabe que é capaz de atingir empresas ou instituições que pisarem na bola com ele”, explicou Tas.
A tecnologia também permite que anunciantes, agências e veículos tenham um feedback em tempo real de seu trabalho. “Nas redes sociais e blogs, é possível ler o que as pessoas dizem sobre a sua produção até nos menores detalhes. Ferramentas como o Twitter, por exemplo, podem aferir seu trabalho em tempo quase real”, complementou.