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Se você é operacional, corra para se tornar estratégico. No Mindset, no skillset. Existem mais de 4000 softwares que substituem tarefas operacionais que antes demandavam seu tempo. Os algoritmos vão tomar o seu lugar rapidamente.

Se você é estratégico, derreta. Liquidifique-se. Entenda que sua estratégia não está escrita na pedra fundamental do powerpoint. E sim que ela é diariamente moldada pelas reações das pessoas e visualizadas pelos dados.

A transformação digital é um tsunami para quem não está preparado.

Não há mais uma clara separação entre o que é digital ou não. Atitudes e hábitos introduzidos numa geração que “digitalizou-se “ há um pouco mais de 20 anos são recorrentes e imperceptíveis. Além disto, não há mais argumentos para falar de nicho ou de baixa penetração – “meu cliente é da classe C no interior e não está na internet”. A mobilidade deixou de ser um meio para tornar-se comportamento. Hoje vivemos em um ambiente onde estar “online” deixa de ser um processo para virar uma premissa.

Neste mundo onde não há mais um único canal de interação, a ubiquidade do digital transformou a jornada em uma rede de pontos de contato que começam com determinada combinação e tem probabilidades diferentes de terminar em outra completamente distinta (nunca antes fomos tão erráticos no nosso jeito de lidar com informação, consumo e interação).

E isso vai muito além do que vemos hoje, onde “digitalizar” a marca é tornar-se uma youtuber, fazer uma campanha com influenciadores, ter posts para divulgar os vídeos, metrificar os acessos à plataforma e montar um lindo relatório.

Isso é digitalizar a comunicação.

Para o marketing, isso significa lidar com um novo paradigma onde pessoas, processos e agências têm que estar alinhados com um consumidor empoderado em informação e que tem naturalidade para transitar em diferentes canais.

Ou, de nada adianta a linda campanha de posicionamento 360 se o presidente da companhia declara que vai mudar o modelo de negócios penalizando o consumidor ao cobrar pela franquia de dados.

Isso é digitalizar a gestão de crise.

Para as pessoas, isso significa uma expectativa elevada no relacionamento com as empresas, onde não só estar disponível onde estou disponível é importante, mas com processos voltados a garantir velocidade de ação, transparência na informação e comprometimento genuíno com a satisfação do meu “eu cliente”.

Ou, de nada adianta oferecer o produto que preciso no canal digital que estou disposto a comprar, se depois da transação realizada e durante a entrega contar que os itens não chegarão porque houve uma indisponibilidade critica no Centro de Distribuição.

Isso é digitalizar a ineficiência operacional.

Transformação digital é outra coisa.

Essa outra coisa é alinhar visão à ação. Segundo pesquisa realizada pelo eMarkeeter, 47% dos CMOs não conseguem extrair o melhor do digital por falta de alinhamento interno da própria companhia.

Existe um vazio a ser preenchido. E é nesse vazio entre o CEO e o CMO e suas agências que chegaram as consultorias. Elas avançam no vazio que ser consultivo sem ser aplicável não gera valor na dinâmica veloz do mercado.

É preciso ir para o lado consultivo e “conectar” também com o negócio, com o “C level”. Traga soluções que vão além do escopo persuasivo publicitário, entenda de pessoas, mas também entenda de negócios. Conheça o B2C, mas também o B2B das marcas. Entregue resultados mensuráveis aos indicadores do CFO.  É assim que se acelera a transformação digital.

E se você nunca deu bola para isso, já passou da hora que ela caiu no seu campo, jovem.

* Vinícius Picollo é diretor de Audiência e Estratégia da iProspect