Hoje, as redes sociais são um espaço de disputa pela atenção dos usuários. Sites, aplicativos e a imensa diversidade de conteúdo brigam entre si para garantir que as pessoas passem mais tempo consumindo o que eles têm a oferecer, em troca de curtidas, compartilhamentos e dados. Esse movimento culminou em uma nova profissão: os influenciadores digitais. Atualmente, segundo a agência SamyRoad, há cerca de um milhão de influencers mapeados no Brasil, em redes como Instagram, TikTok, Twitter e outras. Mas como realmente ter algum efeito sobre os seguidores, quando há tantos outros influenciadores querendo a atenção das pessoas?

Atualmente, quase 60% das marcas já possuem um orçamento inteiramente dedicado ao marketing de conteúdo, que vem ocupando cada vez mais espaço na internet ao longo da última década. Mas, de acordo com o Influencer Marketing Hub, 75% delas estão planejando investir também em influenciadores digitais, e a expectativa é que o valor do mercado global de marketing de influência chegue a 13,8 bilhões de dólares em 2021. Porém, não é tão simples como os perfis nas redes sociais fazem parecer.

Para ter real influência sobre os seguidores, é preciso muito mais do que um grande número de contas seguindo o perfil. O que realmente conta é o engajamento, isto é, a interação que as pessoas têm com o influenciador. Essa é a principal métrica nas redes sociais hoje, e é um ponto determinante para suscitar o interesse das marcas. Para as empresas que desejam trabalhar com marketing de influência, é importante observar os dados do perfil: há interação? É seguido pelo público-alvo da marca? 

No mercado da moda, muitos grandes grupos optam por parcerias com influenciadores. Além de criador de conteúdo, eles têm uma proximidade maior com seus seguidores: a ideia é criar um sentimento de comunidade, para que os seguidores – e potenciais consumidores – se sintam interagindo não com um “garoto-propaganda”, e sim com um amigo. Assim como as pessoas confiam na opinião de familiares, colegas de trabalho e de pessoas com quem convivem diariamente, elas passam a dar mais credibilidade ao influenciador que elas enxergam como uma pessoa normal, “gente como a gente”. Tudo isso faz diferença na relação que as pessoas desenvolvem com o perfil e têm impacto real na decisão de compra.

Nas redes sociais, as parcerias pagas com influenciadores digitais são sempre sinalizadas (como a própria plataforma exige), mas, em um ambiente em que tudo parece ser propaganda, é importante que o usuário sinta estar recebendo uma dica ou um conselho de uma amiga, uma irmã mais velha, um colega de trabalho – ainda mais quando o assunto é moda e beleza. Portanto, entender o potencial de venda do marketing de influência, a relevância dos perfis e identificar influenciadores que compartilhem dos valores nos quais a marca acredita são “pequenos detalhes” que fazem a diferença, e que podem gerar excelentes resultados.

Mila Silbermann é influenciadora digital e sócia-fundadora do Grupo Tuezza, controlado do e-commerce de second hand de luxo INFFINO e do marketplace de luxo Likiest