Sucesso sem querer e sem planejamento é uma impossibilidade quase absoluta, mas, às vezes, pouquíssimas vezes, acontece.
Em recente matéria da revista Veja um dos tais e raríssimos sucessos improváveis, A Galinha Pintadinha.
E para entender e ter uma leitura mais sensível e acurada, recorri a uma outra matéria de uma outra revista: Época, outubro de 2013, onde se encontra parte da narrativa de Juliano e Marcos.
“Antes de faturar milhões, meio que sem querer, os amigos Juliano Prado e Marcos Luporini até pensaram em entrar no mercado de trabalho do jeito convencional. Prado estudou administração, e Luporini, publicidade – dois cursos que dificilmente seriam acusados de formar contestadores do mercado de consumo. O discurso de ambos, hoje, não combina em nada com essa formação”.
“Estamos numa época consumista demais. Dinheiro é só consequência de um trabalho legal e pode até atrapalhar”, diz Luporini. “Tenho alma meio hippie. Fico feliz com o mesmo carro, a mesma bicicleta… Meu luxo é comprar uma máquina fotográfica”, afirma Prado.
O discurso surpreende quando se sabe que a dupla criou um dos negócios de maior sucesso do país e fatura milhões vendendo vários produtos. “Eles criaram a maior estrela de vídeos na internet do Brasil e da América Latina – a baixinha, gorducha e azulácea Galinha Pintadinha…”.
Retorno à Veja e ao motivo da matéria. Mais um recorde superado por A Galinha Pintadinha. Enquanto Rihanna tem 29 vídeos com mais de 100 milhões de visualizações, a Galinha tem 30, só em português, sem contar os outros 11, em canal em espanhol. Tem 30 + 11, total, 41 vídeos. A Galinha Pintadinha 41 x Rihanna 29.
Perguntado por Eduardo F. Filho, de Veja, se estavam ricos, Luporini respondeu: “Eu diria que temos uma vida tranquila. Seria muito cara de pau negar. Lá na ponta, no varejo, a personagem movimenta centenas de milhões de reais.
Mas parcela expressiva dessa renda vai ficando nos diferentes elos da cadeia. O vendedor ganha, o distribuidor ganha, os artistas ganham, e a gente fica com uma parte, também”.
E, brincando, complementa: “Vamos dizer que a mortadela que comíamos virou hambúrguer do bom. Espero que mais adiante possamos colocar queijo e bacon em nosso hambúrguer”.
Chegar-se ao sucesso por acaso é quase uma impossibilidade absoluta. Mas, às vezes, tipo A Galinha Pintadinha, acontece.
E quando acontece, tudo o que seus merecidos felizardos devem fazer é organizar-se e profissionalizar o negócio. E foi e é o que os dois sócios continuam fazendo.
Como nos ensinou Milton Berle: se a oportunidade não bater, construa uma porta. Mas, se bater, afirmo, eu, sorria, agradeça a Deus, e dê a sua sorte a possibilidade de crescer e prosperar em todo o seu potencial, mediante planejamento, organização e gestão de qualidade.
Tudo e todos conspiram a favor, torcem, rezam e aplaudem, quando as pessoas cumprem seus deveres de casa e se revelam obedientes aos fundamentos e aprendizados.
Aí, só um golpe de muito azar tira o pote de ouro no final do arco-íris.
Francisco Alberto Madia de Souza é consultor de marketing (famadia@madiamm.com.br)