A representatividade nas propagandas foi um dos pontos de destaque em um estudo feito pelo Instituto Locomotiva em São Paulo. De acordo com o levantamento, apenas 6% dos negros se sentem adequadamente representados pelas propagandas de TV e, para 72% dos negros, as pessoas que aparecem nas propagandas costumam ser muito diferentes deles.
Apesar de dados negativos quanto à questão racial, a pesquisa mostra que este ano a população negra no Brasil representará um consumo de R$ 1,6 trilhão, ficando na 17ª posição mundial nesse quesito e no G20 do consumo global. E em 2018, a população negra brasileira vai responder pela compra de 12 milhões de aparelhos televisores, 11 milhões de smartphones, 10 milhões de geladeiras e 28 milhões de móveis.
A pesquisa ouviu 2.020 pessoas durante o mês de setembro em todo o país. O resultado foi divulgado na última quinta-feira (16) no painel “Jornadas da Diversidade: Iniciativa Empresarial pela Igualdade”, com o seminário “A Inclusão Racial, um olhar para o futuro: O papel da iniciativa privada na eliminação do preconceito, viés inconsciente e da discriminação racial” em São Paulo.
Entre os CEOs que participaram do evento para discutir o problema da discriminação racial estão Paula Bellizia, presidente da Microsoft Brasil; Fernando Fernandez, presidente da Unilever; Rachel Maia, general manager da Pandora; Marcelo Castelli, presidente da Fibria; Theo van der Loo, presidente da Bayer; Gaetano Crupi, presidente da Bristol – Meyers; e Sergio Paulo Gallindo, presidente da Brasscom.
Além da representação da mídia, o estudo envolve temas como disparidade salarial entre negros e brancos, diferenças de status profissional. Outras conclusões do estudo apontam por exemplo que, entre pessoas com curso superior, a renda de brancos é 29% maior que a de negros; que 93% da população concorda que existe racismo no país, mas apenas 3% dos entrevistados dizem abertamente que preferem evitar conviver com negros.
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