A busca por informação de confiança sobre marcas e produtos para auxiliar na decisão de compra ganha cada vez mais valor. 72% dos brasileiros gostam de buscar informações para tomar decisões de compra (em 2011, eram 55%) e 66% deles acham que encontrar informações sobre as marcas é recompensador (em 2013, o índice era 56%). Os dados são do estudo global IPG New Realities de 2015, realizado a cada dois anos pela holding IPG desde 2009 para verificar o impacto dos novos canais de comunicação comercial sobre os consumidores.

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O estudo também apontou que a disponibilidade de informação torna os consumidores mais confiantes para escolher as marcas. 66% dos brasileiros concordam totalmente com esta informação. O índice é o mesmo na China. O aumento de informações fez crescer também a satisfação com as marcas para 65% dos brasileiros, ante um índice de 57% na pesquisa anterior.

A busca por informações de confiança também aumentou no mundo todo, especialmente no Brasil, onde 71% concordam com a afirmação “sempre procuro fontes confiáveis de informações sobre as marcas” (em 2013, eram 67%). No entanto, o conteúdo fornecido pelas próprias marcas não goza de tanta credibilidade. 42% dos chineses, 34% dos indianos, 29% dos brasileiros, 25% dos norte-americanos, 21% dos russos e 19% dos britânicos concordam com a frase “eu não confio em informações dos fabricantes”. “Há muitos acontecimentos no mundo levando as pessoas a terem menos confiança. As pessoas têm perdido a confiança nos governos, nos negócios, nos esportes… Como resultado, os consumidores têm dedicado mais tempo e energia para procurar informações confiáveis sobre as marcas”, conta Terry Peigh, vice-presidente-sênior e diretor-geral do Interpublic.

Os resultados são bem parecidos em todos os países pesquisados em muitos aspectos, porém o Brasil se difere dos outros países quando se trata do valor social das informações a respeito das marcas. Nos outros cinco países pesquisados, houve aumento no índice de pessoas que têm orgulho de saber mais sobre os produtos e de entrevistados que acreditam que as pessoas os valorizam mais por saber sobre determinada categoria. No entanto, no Brasil, o índice se manteve em 43% e 40%, respectivamente, o mesmo da pesquisa anterior.

“O Brasil tem mais similaridades do que diferenças com os outros países. Mas em todos os lugares do mundo, com exceção do Brasil, as pessoas aumentaram o que a gente chama de moeda social e valor social, que as pessoas sentem ao saber mais a respeito de marcas e produtos. É interessante perceber que em todos os outros países as pessoas conquistam credibilidade com seus amigos, é bom para o ego e para autoestima deles que saiba mais sobre algum produto”, diz o executivo.

O índice de brasileiros que concordam com a afirmação “outras pessoas me admiram pela minha expertise” caiu de 36%, em 2013, para 33%, em 2015. Enquanto isso, na China, por exemplo, passou de 40% para 57%. Os que concordaram com a frase “meu conhecimento sobre algumas marcas aumenta minha autoestima” diminuíram de 39% para 35%, no Brasil. Na Rússia, foram de 41%, em 2013, para 47%, em 2015.

A pesquisa também mostrou que a reputação e o nome das marcas importam mais atualmente do que antigamente para 60% dos brasileiros. O executivo destaca como as marcas devem se posicionar neste ambiente. “Precisamos ser dolorosamente honestos em todas ocasiões em que falarmos sobre nossos produtos. Os consumidores têm mais acesso à informação do que nunca. Fabricantes, profissionais de marketing e agências precisam ser muito, muito, muito honestos com toda a comunicação sobre a marca”, afirma.

Peigh destaca que os colaboradores podem ser uma ferramenta para fazer essa ponte entre o consumidor e o conhecimento. “Você vê empresas inteligentes usando os empregados para transmitir confiança para os consumidores”, fala.

Esta foi a quarta edição do estudo, a terceira com participação do Brasil. Os outros países que participaram da pesquisa foram Estados Unidos, China, Índia, Rússia e Reino Unido. Ao todo, foram feitas 3.600 entrevistas, divididas em iguais proporções entre homens e mulheres das gerações X, Y e Baby Boomers, todos com acesso à internet.