Num período em que as experiências são cada vez mais valorizadas pelo consumidor, o mercado de revistas tem encontrado um novo papel como vetor de aproximação de seus leitores e anunciantes. Apropriando-se de seu legado e história como marcas registradas, as publicações têm desdobrado sua atuação também em projetos proprietários, seja de conteúdo ou de eventos, contribuindo para a diversificação de receita.

Pensando em alternativas para estender atributos de credibilidade e reputação aos anunciantes que se associam aos seus projetos, títulos como Superinteressante, Quem e Marie Claire, entre outros, deram um passo além em 2017, solidificando suas ações não apenas nas páginas impressas, mas em ações no digital e eventos.

Como resultado, os maiores players do mercado fecharam o ano com bons resultados e expectativas positivas para 2018. “O mercado de revistas viveu mais um ano desafiante – consequência de fatores estruturais e conjunturais. Mas os editores, mais uma vez, mostram-se resilientes”, ressalta Fabio Galo, presidente da Aner (Associação Nacional de Editores de Revistas).

“Mesmo em meio a uma economia que gradualmente sai da maior recessão da história, ocorreram lançamentos. Um exemplo disso é o crescimento das iniciativas de branded content. Nenhum outro tipo de mídia vem trabalhando esse formato publicitário com tanta competência quanto as revistas”, diz o executivo. Anunciado em julho deste ano como fruto da integração dos negócios da Infoglobo, Valor Econômico e Editora Globo, o G.Lab é um dos exemplos de iniciativas em branded content.

Unido a eventos proprietários, os conteúdos de marca têm conquistado não só novas audiências, mas, de quebra, anunciantes que buscam opções aos modelos mais tradicionais no impresso. No Rock in Rio, por exemplo, o estúdio produziu conteúdo em vídeo, reportagens e entrevistas para os sites, edições impressas e redes sociais das publicações do grupo Globo. A parceria com o projeto Rock in Rio Academy by HSM teve objetivo de disseminar o alcance das discussões e das trocas de conhecimento que ocorreram na conferência. Os painéis trouxeram debates sobre o negócio do entretenimento por trás do festival de música.

“Este foi um ano de novos projetos e de investimentos. Crescemos nossas audiências digitais, tanto no site quanto no social, lançamos importantes eventos, como o Marie Claire Power Summit; o Festival de Cultura Empreendedora, da PEGN; e o Festival Origem”, ressalta Virginia Any, diretora de mercado anunciante da Editora Globo.

Na Editora Abril, a palavra de ordem também tem sido a oferta inteligente de formatos de conteúdo. Não à toa, seu estúdio ABC já apresentou, no primeiro semestre de 2017, volume de projetos 30% superior ao que em 2016. Entre os cases estão a websérie Sandero R.S., que reuniu midiáticos, jornalistas e fãs em um reality com adrenalina e humor.

O projeto multiplataforma reforça os investimentos da companhia no digital. Segundo Arnaldo Tibyriçá, presidente da Abril, por seis meses consecutivos neste ano, a empresa obteve recorde de audiência em seus sites, chegando, em outubro, à marca de 100 milhões de visitantes. “O estúdio ABC é hoje responsável por uma boa parte da nossa variada oferta com receita relevante e reforçou a convicção de que, com a nossa expertise em engajamento e conteúdo, crescerá mais ainda em 2018”.

sanjeri/iStock

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