O Ministério Público do Trabalho (MPT), em conjunto com as maiores agências de publicidade de Salvador, formaliza neste sábado (7) a assinatura do pacto para inclusão de profissionais negros no mercado da propaganda.

A meta do MPT é ter nas contratações pelo menos 30% de jovens e 20% de profissionais de média e alta gerência compostos por negras e negros.

O documento já foi assinado por Engenho Novo, Ideia3, Leiaute Propaganda, Morya Comunicação, Objectiva Comunicação, Propeg, Rocha Comunicação, SLA Propaganda, Tuppi Criatividade, Agência Única 

Desde o primeiro semestre de 2019, o MPT tem convocado os profissionais dos departamentos de RH e diversidade das agências para reuniões mensais em sua sede, em São Paulo, para debater o assunto.

Recentemente, as principais lideranças das empresas foram chamadas para ajudar na construção e consolidação do pacto. O documento também foi assinado pela Associação Brasileira de Agência de Publicidade (Abap) e a Federação Nacional das Agências de Propaganda (Fenapro). A ideia é criar mecanismos para garantir que as agências, CEOs e RHs levem para dentro de casa a questão da inclusão étnico-racial.

Em um processo conduzido pela procuradora Valdirene Silva de Assis, coordenadora nacional de promoção da igualdade e eliminação da discriminação no trabalho do MPT, as agências que assinaram o pacto serão acompanhadas por dois anos.

Estão previstos pontos como a elaboração periódica de censo de empregados com recorte de raça/cor e gênero e com indicadores de gerência e diretorias, além da divulgação do organograma da agência para todos os colaboradores, com informações de raça/cor e gênero nos cargos. Também estão previstas iniciativas de capacitação e educação das lideranças e recrutadores.

Além disso, outra parte da iniciativa foca o compromisso das agências em ajudar a qualificar jovens negros para desempenhar papéis essenciais nas agências de publicidade. Um projeto piloto do Conexão Negra, neste sentido, aconteceu em junho, em Salvador, no bloco afro Ilê Aiyê. Na ocasião, 400 jovens negros iniciaram um curso de capacitação, realizado pelas próprias empresas de cada segmento em diversas áreas, incluindo publicidade.

A iniciativa na capital baiana foi comandada pelo MPT e a Caritas Brasileira, entidade de promoção e atuação social que trabalha na defesa dos direitos humanos, da segurança alimentar e do desenvolvimento sustentável solidário.