(*) Por Alberto Pardo

O movimento de migração da publicidade digital de desktop para mobile, que aconteceu há quatro nos Estados Unidos, já é realidade na América Latina, puxado pela mídia programática e pelos vídeos. Prova disso é o fato de que os investimentos na publicidade mobile atingirão pela primeira vez 50% de todo o investimento digital, o que representa US$ 5.29 bilhões, conforme aponta a consultoria eMarketer.

De acordo com o IBGE, há pelo menos um celular em 92% dos lares brasileiros. O aparelho já é o principal dispositivo para acessar a internet no País, sendo utilizado por 94,6% dos internautas, seguido dos computadores e tablets, correspondendo a 63,7% e 16,4% do uso, respectivamente.

A partir desses dados podemos entender porque no Brasil a modalidade de compras via dispositivos móveis, o Mobile Commerce, cresce em ritmo acelerado desde 2013, ano em que bateu 4,8% de share, enquanto em 2017 o índice chegou a 27,3%, com média de 56,7% de crescimento anual no período, de acordo com o Ebit. As categorias que lideram os pedidos via mobile são moda e acessórios (15%), casa e decoração (14%) e saúde, cosméticos e perfumaria (12%). Para 2018, a Ebit prevê que o share em compras por meio de dispositivos móveis chegue a 37% do número total de pedidos online.

Esta mudança no hábito de compra dos consumidores exige também atenção das marcas. É preciso entender este novo comportamento dos usuários e levá-lo em conta na execução de uma estratégia de comunicação inteligente e que seja relevante durante a jornada de compra dos clientes. Apesar de esta transformação ser desafiadora, existem oportunidades e benefícios por meio da publicidade em dispositivos móveis.

Para as marcas, uma das principais vantagens é a possibilidade de diversas segmentações para que o anúncio seja mais assertivo. Além disso, o uso adequado dos dados permite mapear o histórico de lojas visitadas pelo usuário em determinado período, gerando valiosos insights para que os anunciantes se relacionem de maneira mais eficiente com clientes e potenciais compradores. O recurso de geolocalização também contribui para que a comunicação ocorra no contexto adequado. O meio digital oferece ainda soluções para medir o sucesso das campanhas, com métricas para análises efetivas dos resultados.

Dentro do ambiente mobile é preciso atenção extra aos aplicativos. De acordo com levantamento da Netmera, 14.4% das sessões em apps resultam na ação “adicionar ao carrinho” e 7.7% dos carrinhos de compras são convertidos em pedidos. Os dias da semana que os consumidores mais realizam compras via mobile são terça, quarta e quinta-feira, já os melhores horários são das 11h às 15h e das 21h às 23h.

A boa notícia é que os anúncios em aplicativos são os que mais impactam as pessoas, visto que, no mundo todo, o tempo de uso de aplicativos é maior,se comparadoao dos sites. No Brasil, das 4,48 horas que as pessoas usam dispositivos móveis, 4,08 horas são em algum app. Dentro deste contexto, é preciso que as marcas deem o devido valor para a publicidade em jogos e para a audiência com este perfil. É justamente nesta direção que os maiores anunciantes do mundo como Coca-Cola, Nestlé, Unilever e P&G estão indo.

 

Para se ter ideia, 80% do faturamento global de aplicativos é de jogos.  O mercado brasileiro, especificamente, já é um dos mais importantes do mundo e com muito potencial de crescimento, uma vez que os brasileiros são fanáticos por games, que no mobile estão disponíveis em aplicativos. Dentre os top 100 apps do País, 62% são de jogos.

Outro dado relevante é de que 90% dos viajantes possuem aplicativos de jogos em seus dispositivos móveis, o que se apresenta como uma vantagem única aos anunciantes: por meio da solução Instant-Play, patenteada pela AdColony, os anúncios podem ser exibidos mesmo quando se estádentro do avião em modo off-line por conta da tecnologia “pré-cache”.

Os dispositivos móveis revolucionaram o comportamento das pessoas e a consolidação do Mobile Commerce já é uma realidade no País. Com esta tendência surge uma oportunidade de ouro para os anunciantes se relacionarem com os consumidores em um momento chave da jornada de compra por meio da publicidade mobile.  Sua marca já comprou essa ideia?

Alberto Pardo é CEO e fundador da Adsmovil, empresa especializada em publicidade para dispositivos móveis.