Um comunicado interno que circula na companhia, revelado pelo New York Times, aponta que a plataforma pretende contar com anúncios até o fim do ano
Os números apresentados no balanço do primeiro trimestre, que mostraram a primeira queda em número de assinantes em uma década, com a perda de 200 mil pagantes, mexeram com a estratégia da Netflix. E os anúncios, sempre evitados na plataforma, parecem cada vez mais próximos.
Um comunicado interno que circula na companhia, revelado pelo New York Times, aponta que a plataforma pretende contar com anúncios até o fim do ano e, com isso, oferecer opções mais em conta aos usuários. A notícia mostra uma mudança rápida de posicionamento da empresa, que trabalha com a expectativa de perder mais de 2 milhões de assinantes até julho.
Em abril, na apresentação de resultados aos investidores, Reed Hastings, co-fundador e co-CEO da Netflix, disse que a empresa estava aberta à introdução ao modelo de anúncios e que tentaria “descobrir isso nos próximos um ou dois anos”. Pelo novo cenário, ou a descoberta foi mais rápida do que o esperado ou os números estão piorando em velocidade ainda mais acelerada.
Por trás dos números
Entre os motivos para a queda em assinantes, segundo a companhia, estão a dependência de terceiros para entrar em TVs conectadas; o compartilhamento de contas, estimado em mais de 100 milhões - hoje a plataforma, tem 222 milhões de assinantes; a competição com novos players de streaming e a audiência dos canais lineares de TV; e ainda fatores macroeconômicos como inflação e guerra na Ucrânia.
Em entrevista ao PROPMARK, profissionais do mercado analisaram que o modelo com publicidade pode ser a saída para a plataforma enfrentar o cenário mais desafiador, com a entrada de novos competidores e a situação econômica globalmente mais complexa.