A um ano de completar três décadas, a Master foi ao Festival de Cannes e voltou com um Leão de bronze em Rádio – o único do Brasil na categoria. O troféu foi para a peça Every Breath You Take, de uma campanha para a Rádio 91 Rock, que usa clássicos do gênero para alertar sobre relacionamentos abusivos. Mas o bronze em Cannes não é a única novidade na casa. Além da conquista no festival, a agência adotou novo conceito e posicionamento: Independente do não.
Nas mudanças, Kiko Vicente, que era VP da empresa, assume como CEO, e Antonio Freitas, então presidente, se torna chairman. Também foi criado um board para atuar nas tomadas de decisão. Ele é composto por Freitas, Vicente, Joanildo Castilho (CFO), Cícero Rohr (diretor de atendimento), e Bruno Lunardon e Henrique Lovo, sócios da So What, segunda agência do Grupo Master.
Os valores, futuro e caminhos foram definidos a partir de um estudo de cenários, pesquisas e tendências, com benchmarking e clusterização a respeito do posicionamento de 153 agências no Brasil e no mundo, além de entrevistas com “key people” interno. O trabalho teve metodologia própria de gestão de marcas, o BrandMastering.
Rapidez e proximidade
Vicente lembra que por 11 anos a Master fez parte do WPP. O período foi de aprendizado e deixou legados, principalmente em governança e controladoria. Mas havia restrições para tomar certas decisões, principalmente as mais “ousadas”, relacionadas a investimentos ou ao modo de atuação.
“Hoje como agência independente temos total autonomia e entendemos que isso se reflete de maneira positiva para os nossos clientes, nos permitindo ir além, fugir do óbvio – independente do não ou de qualquer outra objeção que possa surgir”, comenta.
Ele explica ainda que o novo momento também é permeado pelas frentes resiliência e inteligência coletiva. A primeira é sobre o fato de a Master se recobrar de situações e desafios, se adaptando a diferentes clientes, segmentos, trabalhos e budgets. A segunda valoriza o colaborativo e empodera sua equipe, contribuindo para a continuidade, o histórico e o jeito de trabalhar. Numa decisão coletiva, as opiniões têm o mesmo peso e, a cada job, novos talentos podem integrar o time. São em torno de 130 pessoas, nas sedes de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, tendo as duas últimas mudado de endereço para integrar mais as pessoas. E a So What tem cerca de 25 pessoas na capital paranaense. As transformações incluem ainda um novo site e nova identidade visual, que remete à flexibilidade e ao poder de adaptação da agência.
O portfólio de clientes inclui Alegra, Banco do Brasil, BNDES, Correios, Governo do Paraná, Prefeitura de Curitiba, PUC-PR e Volvo Caminhões. Na So What, Bosch, Grupo Boticário e Neodent. O executivo aponta como as mudanças contribuem para o novo momento da agência e das contas atendidas.
“As soluções às vezes passam por live marketing, digital, design e, claro, propaganda. Muitas vezes várias ferramentas juntas, integradas. Temos cada vez menos “silos” e funções claramente definidas. Planejamento e mídia estão mais integrados, formando um núcleo de inteligência estratégica. Ideias surgem em processos de criação ou brainstorms coletivos. Está cada vez mais difícil delimitar as atividades ou as funções nas fichas técnicas”, afirma.
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