As empresas do agronegócio estão cada vez mais direcionando seus olhares e ações para o universo digital, muito embasadas pelo papel significativo que a tecnologia vem trazendo ao dia a dia do agricultor, diminuindo a distância  entre esses dois universos - o da tecnologia e o da agricultura - por meio de uma realidade digital que já predomina no setor. De acordo com uma amostragem da Embrapa, 84% dos produtores rurais afirmaram que utilizam ao menos uma tecnologia em seu processo de produção; 70% somam recursos atrelados à internet e mais da metade dos participantes, cerca de 57,5%, promovem seus produtos e serviços por meio das redes sociais.

Trata-se de um nicho com infinitas possibilidades publicitárias e um vasto campo de expansão. Obviamente, enxergo com otimismo o business-to-consumer estar cada vez mais presente nas estratégias dos empreendedores rurais, que, aliás, 27% têm menos de 35 anos e cresceram com a internet. Ainda há muitas casas a avançar neste tabuleiro digital impermanente e em constante evolução. Uma delas é a relação business-to-business, que permanece com certo conservadorismo, atribuído possivelmente à cultura de confiança praticada pelo setor rural. Práticas essas, desenvolvidas principalmente em feiras e eventos, que continuam sendo o ambiente preferido para se estabelecer negócios.

Diante desta tendência em confiarem mais em estratégias tradicionais e relações já estabelecidas, em detrimento das digitais, enxergam ainda o marketing digital como um “acessório” importante. Por outro lado, os grupos de aplicativos multiplataformas de mensagens instantâneas, como WhatsApp e Telegram, têm ganhado relevância nos últimos tempos, pois transportam essa relação de confiança ao universo digital e otimizam o tempo do empreendedor rural que tem o smartphone como um fiel aliado.

Os agroinfluenciadores, que disseminam informações e conteúdos do setor, têm também um papel importante nesta difusão que me permite ver o empresário do agronegócio se abrir para uma mudança de comportamento digital e perceber que acompanhar a globalizada evolução tecnológica é vital, complementando o sucesso de seu negócio para além do maquinário e cadeias de produção e suprimentos agrícolas. E esse “além” deve se estender a um olhar atento para as relações comerciais, diante de uma promissora relação B2B digital.

As negociações que podem ser estabelecidas no universo digital voltadas aos mercados da agricultura e agronegócio podem adaptar estratégias que direcionem o tráfego, seja ele pago ou orgânico, para os objetivos e KPIs do negócio. E isso se faz muito importante, pois já se trata de uma realidade as compras de manufaturas e empresas industriais serem influenciadas pelo digital.

Há pesquisas apontando que cerca de 67% desse comércio é estabelecido digitalmente. Uma bem direcionada campanha de SEO B2B, projetada para corresponder às terminologias do setor, e a publicidade de pesquisa paga apresentam benefícios e alto desempenho a médio e longo prazos, criando vantagens por meio da melhoria e da qualidade do tráfego que chega ao site, atrelando outras estratégias que implementem o conteúdo às palavras-chave alvo.

Assim, é possível atender às vendas de produtos agrícolas por atacado, exportação e importação, além do próprio comércio eletrônico de produtos. Pensar digitalmente as estratégias otimiza os mecanismos de pesquisa e gera cenários otimistas, que podem fortalecer os negócios, aumentar a participação de mercado, gerar autoridade e fidelidade, promovendo, assim, o reconhecimento da marca e a melhoria das vendas.

Marcio Duarte é especialista em marketing e diretor da MD COM & MKT
marcio.duarte@mdcommkt.com.br