Passado o Carnaval e a uma semana do fim do primeiro trimestre do ano, parece que agora 2025 começa para valer. Em um momento de cenário econômico e político global instável, com o Brasil vivendo um contexto desafiador diante da elevação de juros, inflação e dólar em alta, o mercado publicitário se mostra cauteloso.

As apostas de crescimento do mercado seguem na esteira da evolução das redes sociais, do retail media, do consumo de vídeo e conteúdo ao vivo, o que exige estratégias de comunicação mais engajadoras e personalizadas.

Nesta edição, o propmark publica o Especial Top Agências, com 14 agências de publicidade que se destacam e estão entre as maiores do setor. A reportagem ouviu as lideranças das empresas que se mantêm no topo do mercado pelas suas estratégias criativas, capacidade de gestão, inovação e crescimento consistente.

Passando pela IPG Mediabrands Brasil, maior compradora de mídia do país, a agências criativas como Africa Creative, David, DM9 e GUT, e àquelas mais agressivas em novos negócios, como Artplan e Publicis, que conquistou em janeiro a conta do Santander, uma das mais cobiçadas do mercado, os desafios em comum se resumem a uma gestão eficiente e à consistência criativa.

Embora o cartão de visitas de uma agência de publicidade sejam a criatividade e as  campanhas memoráveis desenvolvidas para as marcas, muito se falou da importância da gestão de processos para alcançar resultados e conquistar novos clientes.

Outra agência de peso, a WMcCann continua apostando no mantra ‘Acreditamos que nosso melhor resultado é o resultado dos nossos clientes’ para crescer. A CEO Renata Bokel ressaltou que uma empresa bem gerida é fundamental.

“Uma agência bem gerida gera confiança, entrega resultados consistentes e mantém uma estrutura sólida, o que cria um diferencial competitivo em relação aos concorrentes”, diz a executiva, que assumiu posto de CEO há pouco mais de um ano.

Acompanhar as transformações do mercado, o avanço da tecnologia e alocar os talentos nos projetos certos também se apresentam como desafios a serem perseguidos constantemente pelas agências.

Há quase 15 anos como CEO da Ogilvy Brasil, Luiz Fernando Musa afirma que não há fórmula mágica para se manter relevante, mas sim um compromisso diário com a evolução e a adaptação.

“Em um cenário onde os desafios se sobrepõem e a indústria segue em evolução, a resposta é cada vez mais estarmos atentos a mudanças, a ajustes e sabendo que sempre o que foi feito ontem pode exigir uma resposta diferente hoje”, ressalta ele.

Vale lembrar que um dos recados principais do South by Southwest 2025, realizado em Austin, no Texas, entre os dias 7 e 15 de março, foi exatamente a necessidade de adaptação, em todos os níveis das empresas. Com as mudanças em curso introduzidas pela inteligência artificial, mais do que nunca será essencial se manter atualizado e transitar por diferentes áreas.

Por falar no festival de inovação, nesta semana o jornal também traz matéria com repercussão de outro assunto que dominou o SXSW: o isolamento provocado pela tecnologia. Uma contradição em princípio, afinal a internet conecta as pessoas, porém, na mesma medida ou até em grau muito pior, dissemina a ansiedade e a depressão.

A reportagem ouviu profissionais de comunicação que relatam como o marketing pode ajudar a reverter a crise de saúde mental que atinge o mundo e se mostra como o mal do século 21.

Frase: “Nunca tenha certeza de nada, porque a sabedoria começa com a dúvida” (Sigmund Freud).

Armando Ferrentini é publisher do propmark