2023 começa sob a expectativa de um governo novo no Brasil e com desafios como inflação em alta, desaceleração das economias chinesa e americana, guerra na Ucrânia, nova cepa da Covid-19, mas as oportunidades para o mercado publicitário estão em alta. Novos negócios ofertados principalmente pelo digital, com a inteligência artificial, o metaverso e a TV conectada, prometem impulsionar a indústria da comunicação.
Em especial nesta edição, a primeira do ano, a reportagem do PROPMARK ouviu executivos de vários segmentos da indústria da comunicação: desde representantes de agências de publicidade, de live marketing, passando por anunciantes, plataformas, veículos, empresas de out of home até produtoras.
Do lado das marcas, o futuro é mais inclusivo, ético e cidadão, construído por meio de uma comunicação colaborativa e multiplataforma, combinada com inteligência artificial, hipersegmentação, customer experience e performance para soluções integradas.
“O movimento de promover um futuro mais inclusivo, ético e cidadão deve ganhar mais força e engajamento das marcas. Em 2022, vimos um crescimento exponencial dos meios digitais, que têm uma comunicação ágil e direta, o que tende a ser impulsionado neste ano nas estratégias, assim como os conteúdos estarão mais alinhados a uma comunicação ética e socialmente responsável”, avalia Sandra Martinelli, presidente-executiva da ABA (Associação Brasleira de Anunciantes).
As agências, por sua vez, acreditam que o ano traz otimismo, mas com uma certa dose de cautela. “O mundo ainda sofre as consequências de uma crise global e entendemos que a retomada será um processo de médio prazo. Ainda assim, estamos otimistas em relação a 2023, pois vemos as marcas entendendo este cenário como uma oportunidade para ganharem um papel significativo na vida das pessoas. Na era da hiperconveniência do consumo, a tendência é que as agências concentrem seus esforços para criar estratégias que favoreçam a jornada única do consumidor. Para tanto, devem crescer os investimentos em omnichannel e a personalização de experiência do consumidor, a partir de inteligência artificial, machine learning, e o cruzamento de 1rst e 3rd Party Data”, declara André França, presidente da WMcCann.
O ano também deve ser marcado por um movimento para revisão da governança do mercado publicitário brasileiro e nas relações com as marcas. “Queremos imprimir e revalorizar um modelo brasileiro, que une criatividade, inovação e performance em mídias, que seja considerado uma referência”, revela Eduardo Simon, CEO da Galeria.ag.
Para Mario D’Andrea, presidente da Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade), este ano talvez seja um dos mais imprevisíveis dos últimos tempos. “Se o novo governo se concentrar em ampliar as alavancas do crescimento e os empregos, teremos um ambiente propício para o marketing e a publicidade. Afinal, somos nós que empurramos marcas e empresas para o crescimento. Por isso, 2023 pode ser um grande ano.”
Adeus a Pelé
Nesta edição, o leitor também encontrará uma matéria especial sobre o maior atleta do século. Pelé, falecido no último dia 29 de dezembro, foi também considerado o maior garoto-propaganda do século. Fez inúmeras campanhas publicitárias ao longo dos anos em que atuou nos gramados e mesmo após encerrar a carreira.
Vários publicitários brasileiros dão depoimentos sobre a importância do Rei do Futebol para a propaganda e de como o seu soco no ar para comemorar um gol se tornou um ícone de marca global.
Armando Ferrentini é publisher do PROPMARK