Médicos, advogados e astronautas, abram espaço para as novas profissões dos sonhos que estão tomando o mundo de assalto. De acordo com pesquisa recente da Remitly, entre as 10 profissões mais desejadas entre os jovens estão as de Youtuber e Influencer. Em alguns países, entre eles nossos vizinhos Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Chile, Argentina, Paraguai e Uruguai, se tornar criador de conteúdo profissional está no topo da lista. No Brasil, o primeiro lugar é dos empreendedores. Ser youtuber e influencer aparecem no TOP 5.

A boa notícia é que agora dá para juntar essas aspirações, numa jornada rumo a um termo que começa a aparecer cada vez com mais frequência: contentpreneur, uma mistureba em inglês para designar os empreendedores de conteúdo. É exatamente aí que se encontra o emprego dos sonhos número 1 dos brasileiros.

No nosso país, já temos mais de 20 milhões de creators (Factworks for Meta) e três em cada quatro jovens brasileiros sonham em se tornar criadores de conteúdo (Inflr). As redes sociais são uma potência no Brasil. O público brasileiro é um dos que mais utiliza a internet no mundo e, por isso, esse espaço é um celeiro de novos talentos.

Ser criador de conteúdo já não tem sido mais visto como uma posição de status ou hobby, numa conotação que já foi carregada de desdém no início do marketing de influência, nas duas primeiras décadas de 2000. O deboche ficou para trás, porque hoje ser criador de conteúdo é uma profissão – aliás, uma profissão dos sonhos. Por aqui, conforme a pesquisa 'Creators e Negócios', elaborada pela agência Brunch e a consultoria YouPix, um em cada três creators tem no trabalho com conteúdo sua única fonte de renda, um forte indicativo de que estamos avançando para uma nova era.

Ainda tem muito trabalho a ser feito, viver da criação ainda não é para toda a comunidade, 25% não ganham nada e a grande maioria recebe só um dinheiro extra, não tira o sustento. Ainda que as #publis tragam boas receitas, elas são concentradas em poucos nomes (e geralmente nos mesmos). Além disso, o aumento expressivo de criadores de conteúdo faz com que as poucas redes sociais que remuneram criadores paguem cada vez menos. Na evolução da creator economy, o próximo passo para equilibrar essa balança tem nome: monetização direta.

Essa é uma tendência que tem acontecido em alguns países, como Estados Unidos, juntamente da descentralização das plataformas - e consequentemente, das fontes de receita aos criadores, uma das regras número um quando se tem uma empresa. Soluções como a Stages, lançada em fevereiro no Brasil, vêm para preencher essa lacuna do marketing de influência no país e oferecer aos criadores a oportunidade de terem seu próprio canal, seja site ou app, onde podem cobrar o quanto quiserem por seus vídeos.

Como um apaixonado pela comunicação e conteúdo, área em que venho me dedicando profissionalmente há mais de 25 anos, minhas expectativas para ver cada vez mais e mais influenciadores ganhando um dinheiro justo por seus trabalhos são enormes. E espero que, em breve, a profissão mais desejada no país ganhe também um sobrenome: “empreendedor de conteúdo”.

Tiago Maranhão é diretor de conteúdo da Stages