Ciência é uma palavra que deriva do latim scientia, que está relacionada ao conhecimento, ao saber. Ela também se define como um conjunto de conhecimentos adquiridos através de pesquisa, observação e explicação de fenômenos e fatos, todos sistematizados e formulados de maneira racional.

Paradoxalmente, quanto mais a sociedade tem acesso à informação, mais a ciência é colocada em xeque. O sentimento de desconfiança pelo pensamento científico é cada dia maior - e o povo que acredita que a Terra é plana está aí para comprovar essa tese.

Acontece que o acesso à informação não produz conhecimento. O que produz conhecimento é experiência e aprendizagem. O que produz conhecimento é a ciência.

Quando a gente joga essa luz em cima da indústria de comunicação, é possível perceber um certo grau de negacionismo no nosso mercado.

Quando surgiram os influenciadores digitais, falar sobre embaixadores de marca era coisa do passado.

Quando as redes sociais passaram a discutir temas sensíveis de forma recorrente, o marketing de oportunidade virou busca diária em alguns departamentos de marketing e agências.

Quando tivemos o crescimento do ecossistema digital e as plataformas se tornaram grandes conglomerados de mídia, anunciar na TV era “desnecessário”.

Os exemplos são muitos e eu poderia gastar um pouco mais do seu tempo citando outros, mas o meu objetivo aqui é chamar atenção para o fio condutor que liga todos eles. Existe muita gente em busca das receitas de sucesso, das fórmulas prontas. E aí vem a ciência nos lembrar que sucesso no passado não garante êxito no futuro. Assim como as vacinas, as fórmulas de comunicação também precisam ser atualizadas da forma mais científica possível.

Pensa comigo. Conectar a sua marca aos influenciadores digitais errados pode custar caro tanto no curto quanto no longo prazo.

Entrar em uma conversa sobre um tema sensível de forma superficial, pode soar oportunismo e arranhar a sua marca.

Manter presença apenas nas mídias digitais pode tornar o relacionamento com o consumidor muito mais vulnerável.

E por aí vai. No mundo digital que mergulhamos, a velocidade das mudanças é assustadora. Abrir mão de processos básicos para buscar o próximo hit pode ser um loop eterno que não vai te aproximar dos seus objetivos de longo prazo. Não se constrói uma marca nos picos, ela se constrói no dia a dia, na conversa, na análise, no aprendizado e no conhecimento.

Muitos de nós, profissionais de marketing, somos loucos por uma campanha viral. Mas a pergunta que deve ser respondida é: será que os consumidores da nossa marca já estão vacinados?

Vinicius Mancini é fundador da E-Content Lab