Os mais jovens, nascidos a partir dos anos 2000, não têm ideia do que é viver sem internet. Para fazer um trabalho escolar, por exemplo, era preciso ir à biblioteca da cidade ou recorrer à enciclopédia Barsa, que muitas famílias mantinham em casa.

Já os jornalistas faziam suas consultas nos chamados “arquivos” dos veículos de comunicação, que mantinham os exemplares antigos dos jornais e revistas para contextualizarem as suas matérias. E a população, em geral, tinha acesso à informação apenas pela chamada mídia tradicional. Não havia Google, Facebook, Twitter, Waze ou qualquer outro dispositivo tão parte da vida de hoje.

Os mais velhos certamente também se lembram da dificuldade que era dirigir em metrópoles como São Paulo. Era necessário consultar o guia de ruas, que a maioria das pessoas tinha guardado no porta-luvas dos seus carros. E para quem não tinha muita noção de geografia e direção, nem é preciso dizer que paradas obrigatórias eram necessárias para indagar estranhos nas ruas e pedir informação sobre o itinerário. Impossível imaginar essa situação nos dias atuais.

Todos concordam que a internet, que se popularizou no país a partir do fim dos anos 1990, melhorou – e muito – a vida de todos. Porém, saindo da ‘bolha’, o Brasil ainda está muito atrás de países mais desenvolvidos no quesito inclusão digital. Estudo recente da PWC/Instituto Locomotiva chamado O Abismo Digital no Brasil aponta que menos de um terço da população pode ser considerada plenamente conectada, de acordo com os padrões internacionais de avaliação.

“Metade dos brasileiros (principalmente negros e pardos das classes C, D e E) fica sem conexão por quase a metade do mês, sendo que 58% dos brasileiros têm acesso à conectividade por celulares e não dispõem de dispositivos adequados para se educar, consumir e exercer plenamente sua cidadania”, relata Fernando Moulin, partner da Sponsorb.

Para o especialista em transformação digital, esse desafio somente será superado ou mitigado com uma ampla agenda nas esferas pública e privada de digitalização, que até o momento foi pouquíssimo discutida na pré-campanha eleitoral à Presidência da República.Segundo Moulin, o Brasil está extremamente atrasado numa questão crucial do século 21, em que as nações mais competitivas e pujantes serão aquelas que tiverem ampla conectividade e liderança tecnológica. O especialista toca fundo na questão e fala que a conectividade é tão vital para uma vida plena quanto o acesso a água e a alimentos.

Vale lembrar que a pandemia escancarou esse cenário quando vimos pela televisão casos de crianças e jovens que não tinham acesso à internet em casa e não podiam frequentar as aulas remotas. O garoto que sentava em um banco de uma praça para usar o wi-fi do açougue que ficava em frente para conseguir estudar, em uma pequena cidade de Goiás, comoveu o Brasil.

No nosso país, para além dos desafios mundiais de regulamentação que a internet traz, são necessários investimentos massivos em banda larga, equipamentos de hardware, modernização de instituições de serviços e educação em geral. Na semana em que se comemora o Dia Mundial da Internet, em 17 de maio, o PROPMARK propôs uma reflexão ao mercado publicitário sobre o tema e ouviu profissionais do setor para falar também sobre tendências da rede.

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Gastronomia
A Band exibe, a partir desta terça-feira (17), a 9ª edição do MasterChef Brasil, programa gastrônomico de maior audiência da televisão brasileira. A atração está com recorde de inscrições e 13 marcas patrocinadoras. A área comercial da Band assegurou a presença de Britânia, Cacau Show, Delícia, Seara e Diageo, como cotistas do plano Master; Eisenbahn, NotCo, Outback, Royal Prestige e Selmi, no plano Chef; além de Brastemp, no Top de 5 segundos, e Xantinon, com cota de participação.

O Grupo Bandeirantes atravessa uma ótima fase. Além da acertada contratação de Fausto Silva, que desde janeiro comanda o Faustão na Band de segunda a sexta, e, segundo a emissora, em dois meses somou em torno de 50 marcas anunciantes e mais de 250 ações na programação, o grupo acaba de completar 85 anos de atuação.

Armando Ferrentini é publisher do PROPMARK