Participei pela primeira vez do Hack Town, festival de criatividade e inovação na charmosa cidade mineira de Santa Rita do Sapucaí.
De lá voltei ainda mais convencido do nosso imenso potencial para desenvolver ecossistemas regionais vitais para o crescimento e desenvolvimento do país.
Expandindo o hábitat das ciências exatas entre estudantes, acadêmicos e profissionais de tecnologia, os quatro dias de encontros revelaram o melhor de pessoas e de negócios.
Meu destaque especial à curadoria do evento, que misturou a potência brasileira sob múltiplos e transacionais aspectos.
Vi e senti a presença de comunidades indígenas representando quatro povos do Brasil, envolta a jovens urbanos hiperconectados. Mulheres negras, jovens negros, assistindo ou palestrando, como a Tamires Corrêa, cientista brasileira que lotou um grande auditório para ouvi-la falar sobre a neurociência, sobre como percebemos o mundo e o que nos faz gostar de algo. Mulheres e homens trans com suas vozes reverberando, com seus espaços conquistados e respeitados.
Eu me diverti em shows de gente famosa, outras quase desconhecidas. Todas ótimas. Vi a performance de um artista que, se depender do entusiasmo dos presentes, esperamos que um dia ele seja gigantemente famoso.
De uma palestra, de um encontro a outro, subi e desci as ladeiras da cidade para poder queimar calorias depois de aproveitar a diversificada culinária mineira.
Numa dessas caminhadas, parei e fotografei a esquina entre as ruas da Inspiração e da Esperança, escondida num canto singelo de Santa Rita.
Não bastasse toda essa carga de energia positiva e de aprendizados, a cidade é cercada por cafeterias e cafezais de onde saem os melhores cafés do Brasil. Entre os melhores do mundo. Um polo que está crescendo fortemente também no agroturismo para contemplação dos amantes da natureza e do café, como eu.
Com o privilégio que tenho de já ter participado dos mais importantes festivais de inovação, negócios e criatividade mundo afora, uma constatação sobre o Hack Town: a cidade, a potência de suas pessoas, as instituições e as empresas ainda não são tão conhecidos e prestigiados como deveriam ser.
Que sejam.
Temos muito do que nos orgulhar do Brasil. E muito disso tudo ainda está escondidinho por aí.
Precisamos hackear percepções, desestigmatizar.
Basta de achar que apenas fora do Brasil encontramos lugares para vivenciarmos experiências inovadoras e incríveis.
Alexandre Bassora é fundador e CEO da Audaz