Em vigor desde o dia 6 de agosto, o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o Brasil já provoca mudanças de comportamento de consumo das pessoas. Com o intuito de esmiuçar os possíveis efeitos para o mercado, o propmark encomendou à HSR a pesquisa exclusiva ‘Estudo sobre a percepção dos brasileiros em relação ao tarifaço’.
Os resultados corroboram com o sentimento geral de desconfiança no cenário turbulento: 56% dos respondentes afirmam que vão poupar/economizar mais; 39% cortar lazer; 35% adiar compras; 25% adiar viagens; e 22% buscar novas fontes de renda.
Os dados são reflexo da percepção (real) de que as coisas estão mais caras, levando os consumidores a tentar reduzir custos, como cortar algumas idas ao shopping ou adiar uma compra que não seja de primeira necessidade.
A HSR mostra que o entendimento comum da população brasileira em relação ao noticiário econômico atual é predominantemente negativa, com altos índices de ansiedade e preocupação (46%) e insegurança e incerteza (18%). As preocupações com o custo de vida (11%) e a perspectiva de aumento de preços e inflação (9%) também são significativas. Apenas uma pequena fração da população demonstra otimismo e esperança (2%).
Os pesquisadores reforçam que os sentimentos negativos refletem uma apreensão generalizada sobre a situação econômica do país, indicando que o impacto das políticas tarifárias internacionais é visto como agravante das dificuldades econômicas locais que já vinham ocorrendo antes do tarifaço.
O cenário conturbado causa várias distorções. E a pressão sobre o bolso não é baixa: 41% falam que as despesas “aumentaram muito” e 40% “um pouco”. Sobre a expectativa de impacto, 57% creem que afetará “muito” a vida no Brasil e 40% “um pouco”.
Do lado da mídia, um dado importante é que o conhecimento do brasileiro sobre o tarifaço é alto, com 94% alegando conhecer o tema e 72% dizem acompanhar de perto.
Surpreendentemente, os conteúdos de TV são os que mais deixam as pessoas seguras em relação às notícias sobre o tarifaço. De acordo com a HSR, a maioria ouviu falar sobre as tarifas de importação de 50% impostas por Trump contra o Brasil principalmente pela TV aberta (70%), seguida pelas redes sociais (56%) e portais/sites de notícias (44%).
Já para as marcas, a análise da HSR - que ouviu 600 brasileiros, acima de 18 anos, de todas as classes sociais e nas cinco regiões do país - indica que a realização de campanhas com redução de preços e de promoções são percebidas como gesto de empatia e não só interesse comercial.
Confira matéria nesta edição que traz todos os resultados do estudo, com análise dos pesquisadores e a variação dos dados por classe social e região.
The Town
Já a reportagem de capa da semana mostra a consolidação do The Town no calendário de eventos da capital paulista. A Rock World, realizadora do festival, assim como do Rock in Rio, ambos parte do Grupo Dreamers (que também é dono da Artplan), ampliou o número de patrocinadores para a segunda edição.
Neste ano, 31 marcas estarão no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, com ativações e experiências inéditas. Mais de 500 artistas, grandes nomes como Green Day, Iggy Pop, Mariah Carey e Katy Perry, se apresentarão na Cidade da Música. A expectativa é grande para os cinco dias do The Town, que ocorre em 6, 7, 12, 13 e 14 de setembro. “Eu diria que hoje somos tanto um festival de entretenimento quanto um festival de música”, disse ao propmark a diretora de marketing da Rock World, Ana Deccache.
Frase
“A sorte favorece os destemidos” (do poeta romano Virgílio, em ‘Eneida’).