Hoje é difícil encontrar alguém que não conheça algum influenciador digital. Embora seja uma profissão recente, ela já tomou seu espaço no mercado e, principalmente, na atenção dos espectadores brasileiros.

Segundo uma pesquisa feita pela Nielsen, o Brasil é o segundo país que mais consome conteúdo de influenciadores digitais, com 44,3% dos usuários da internet de olho neles, ficando atrás apenas das Filipinas, onde 51,4% dos usuários acompanham o nicho. Além disso, somos o país que mais considera as suas opiniões na hora de realizar uma compra. De acordo com pesquisa da Cupom Válido, 43% dos brasileiros já adquiriram algo motivado por uma celebridade ou influencer. Ficamos à frente de diversos países desenvolvidos, como China, que fica com 34%, Rússia, com 18%, e até mesmo os Estados Unidos, com 17%.

A intensificação da comunicação através da internet reforça ainda mais a importância que os influenciadores digitais hoje têm para com o grande público. Quando pensamos nos fatores que nos levam a escolher determinada marca, ao invés da concorrente, é natural levarmos em conta a opinião apresentada por pessoas que, de alguma forma, vemos como inspiração ou com identificação.

Um exemplo é pensar em uma jovem que cresceu acompanhando a Bibi Tatto. Por conta de seu tempo “em contato” com a influencer, ela desenvolve uma confiança no seu trabalho e uma identificação para com os seus posicionamentos. Atualmente, a Bibi se tornou embaixadora da marca Intimus. Então, quando essa jovem for ao mercado para comprar um absorvente e observar as marcas, ela tende a comprar aquela, por lembrar da influencer - e ter, em seu subconsciente, um feedback positivo.

A identificação do público começa a partir do momento em que eles conseguem distinguir e ligar automaticamente a imagem daquele influenciador em uma campanha e o por quê dele estar ali. Se uma influenciadora vegana, por exemplo, estiver em uma campanha sobre carnes e hambúrgueres, isso com certeza não fará sentido para o público. Por isso, é necessário achar a melhor forma dessas pessoas enxergarem o propósito da atividade.

Influenciadores existem em qualquer lugar. Mas, para uma campanha dar certo, é extremamente importante ir atrás de uma influência que agregue valor e uma pitada de personalidade e carisma extra, que gere algum tipo de identificação. Dessa forma, pode se destacar entre outros do mesmo nicho, atingir o público e entregar aquilo que ele deseja.

Quando um influenciador cria um personagem, por meio de atuação ou sua própria autenticidade, ele se conecta ao consumidor, fazendo com que essas pessoas procurem mais sobre o assunto e avaliem mais sobre o que ele pode oferecer. E isso serve para coisas materiais e para outras práticas do dia a dia.

Explico: algo muito frequente no Tik Tok foi a hashtag GRWM (‘Get Ready With Me’ - traduzida como ‘Arrume-se comigo’), muito vista pelos jovens. Nela, influenciadores - e o público geral, inspirado neles - publicam vídeos no qual se vestem para algum tipo de evento, especial ou algo mais casual. Está aí o impacto na vida.

Contudo, é importante lembrar que influenciadores digitais não são vendedores. Eles vão apresentar determinado produto para o seu público, divulgando a marca ou o ideal que aquela empresa quer expor na mídia, mas eles não têm o poder de vendê-lo diretamente. O que têm, sim, é fazer com que as pessoas que os acompanham saibam o que é a peça e que já criam uma percepção dela.

Os influenciadores digital através da internet, são a vitrine do mercado atual. Por isso, é necessário investir nesta área e na forma como o público vai ver a sua empresa. Pense nisso!

Gagui Tatto é CEO da agência Let’s