Os últimos dois anos representaram um tempo em que aquilo que se esperava acontecer em até cinco anos foi enormemente antecipado. Seja por causa da sensação de fim de jogo ou por uma mentalidade arrojada, várias empresas se viram obrigadas a colocar seus processos na nuvem e adotarem serviços como o de videoconferência, agora ativo por um clique.  Transformaram sua loja em e-commerce e descobriram que poderiam ser além de fábrica, loja virtual. Agora, ao final desse período, temos um mundo realmente diferente.

A questão é que nem todo mundo acreditou que a pandemia era um impulsionador para investir em inovação e, infelizmente, houve empresas que não saíram do quadrado. Ficaram esperando o ambiente econômico melhorar para então investir em novas abordagens e experimentações, um erro comum e, muitas vezes, fatal.

Sempre vivemos e vamos viver diante de incertezas. O que importa é sempre estar inquieto diante do cenário estático. Até porque ele não está parado: há movimentos em torno de nós sinalizando que algo de novo está por acontecer.

Isso fica ainda mais evidente quando o assunto é mídia. Algo de novo está por trás do retail media, que constrói um atalho para chegar no ponto de venda (virtual). O que dizer, por exemplo, dos vários ambientes de games que sugerem que há um novo ponto de contato com os consumidores? O 5G, por sua vez, sinaliza que as experiências que as marcas provocam com realidade aumentada, gerando um preview de seus produtos – de óculos a cor de cabelo ou móveis na sala –, vão ser muito mais fluidas.

Veja o crescimento do live commerce, conteúdo gerando vendas em um formato que conta a história do produto em tempo real, com conteúdo relevante, mas diretamente voltado à conversão. E a TV, nosso meio mais querido e tradicional, ganhou uma prima chamada CTV. É a TV com toda a sua força de conteúdo, mas agora conectada à internet e com os dados que possibilitam a criação mágica de contexto, além de dar à audiência o valiosíssimo poder de assistir o que quiser, quando quiser, nas telas grandes e de alta definição.

E sabe por que, mesmo diante de tantas incertezas, marcas de todos os tamanhos experimentam descobrir coisas novas nesse período? Porque o novo consumidor é assim. Ele não quer ser convencido. Ele quer se convencer. Estamos na era “maker”, com o público adepto à experimentação. E se as marcas não se conectarem a esse novo estilo do consumidor, serão “canceladas”.

O desafio é testar, experimentar, aprender e evoluir. Seja porque deu errado ou porque encontramos algo que gerou insights para o negócio. Para isso acontecer, as marcas não podem se prender às velhas métricas de sucesso. A inovação produz resultados diferentes e nos leva a ter medidas diferentes.

Como fazer para dominar o medo de errar? Planejando. Definindo um tempo para colher resultados. Explorando modelos de negócio em que não “se paga para ver”. Lendo e criticando os dados e as tendências. Fazendo apostas. Porque inovar é criar o novo tentando acertar. Não é um exercício, mas sim um processo de aprendizado e rápida evolução.

Os autores do livro “A regra é não ter regras” nos ensinam de forma quase categórica: “para desenvolver uma equipe inovadora, rápida e flexível, deixe as coisas um pouco soltas. Dê boas-vindas às mudanças constantes. Não distribua partituras nem monte uma orquestra”.

O mundo fica melhor ao som do jazz!

Dilton Caldas é diretor de negócios em CTV da MetaX