Ferramenta conhecida como estímulo às vendas das empresas, o marketing de incentivo ganhou um novo olhar do mercado e tem sido muito utilizado também para reconhecer e reter talentos. Após um período de inércia devido à pandemia da Covid-19 - infelizmente, no mundo dos negócios tudo ainda está ligado ao antes e depois da crise sanitária, por mais repetitivo que isso possa parecer -, a área de incentivos, principalmente com premiações em viagens, tem previsões bastante positivas.

A estimativa para 2023 é de que o mercado de incentivo no Brasil, Europa e Estados Unidos supere em 19% os números de 2019, com volume de R$ 234 bilhões somente em viagens.

Um dos pioneiros do país nessa especialidade, Gilmar Caldeira, manager partner da Star Premium, afirma que a retomada vem acompanhada de algumas novidades. As viagens, agora, precisam representar uma experiência e envolver outros aspectos além dos roteiros tradicionais.

“Precisam ter atividades de wellness, ações de responsabilidade social e muito team building. A maior razão é a demanda reprimida por viagens nos últimos dois anos, o home office afastou as lideranças dos times. As pessoas sentem saudades de integração e da troca do dia a dia. Tudo isso somado a talentos premiados com destinos incríveis que foram adiados por dois anos. O mais interessante é que nesse período, quando foi oferecido aos ganhadores a troca da viagem por outro tipo de produto, mais de 70% recusaram e preferiram esperar por mais de um ano a sua viagem”, diz Caldeira.

O empresário lembra que pessoas que performam bem são o maior ativo de uma organização e cita tendências de Employee Centricity e Employee Experience (EX). Viagens são prêmios desejados e estimulados quando se trata de dar valor à cadeia que atinge e supera metas no âmbito empresarial. Segundo a Incentive Research Foundation, programas de viagens de incentivo adequadamente projetados e executados podem aumentar a produtividade de vendas em 18% e gerar um ROI de 112%. Além disso, dados da Aberdeen Research mostram que 100% das empresas best-in-class (aquelas com maior retenção de clientes e crescimento de vendas) oferecem esse tipo de premiação para reconhecer o sucesso do trabalho no fim do ano.

“Com isso, comprovamos ainda mais a importância desse formato para promover um grande engajamento entre os colaboradores, fazendo com que eles se sintam valorizados, reconhecidos e integrados”, observa Silvana Torres, CEO e fundadora da Mark Up.

Volta às aulas
Outro setor aquecido neste ano é o de material escolar. Com a volta às aulas totalmente presenciais, a projeção é de que em 2023 as vendas de material escolar atinjam R$ 17,8 milhões, alta de 7,6% ante 2022. O problema é que os preços dos itens de papelaria ficaram até 30% mais caros, segundo estimativas da Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE). Levantamentos realizados pelo Procon apontam variações que podem chegar a 260%.

Anunciantes do segmento  trabalham para convencer os consumidores sobre o custo-benefício vantajoso de suas marcas. Papelaria da Faber-Castell, BIC e Stabilo; títulos das editoras Melhoramentos, Cia das Letrinhas, Ciranda Cultural e Nobel; eletrônicos da Lenovo, Dell, Samsung e Apple; fones de ouvido da JBL; mochilas, estojos e lancheiras da Tilibra; brinquedos e jogos educativos da Estrela, Fisher-Price e Hasbro; moda infantil da Carter’s, Tigor T. Tigre e Lilica Ripilica; produtos de cuidados pessoais da Johnson’s, Granado e Colgate; e calçados infantis da Topper, Rider e Fila compõem o sortimento de mais de dez mil itens.

Armando Ferrentini é publisher do PROPMARK