Alguns torcem o nariz quando se fala de influenciadores, mas eles, já faz um tempo, são parte essencial nas estratégias de comunicação dos anunciantes. Os anônimos que surgem nas redes sociais e, em sua maioria, rapidamente ganham milhares de seguidores e a atenção das marcas se tornaram um mercado que, em 2023, deve fechar com faturamento global de US$ 21,1 bilhões, 29% acima do ano anterior, segundo o Relatório Benchmark.

O sucesso dos influencers se dá, principalmente, por sua capacidade de comunicação com nichos de público. É um segmento que vem se profissionalizando e ganhando cada vez mais peso nas campanhas publicitárias.

A Influency.me aponta que a contratação de influenciadores por ação disparou. Em 2018, cada campanha tinha cerca de três influenciadores. Em 2022, cada uma delas fez uso, em média, de 16 influenciadores. A elevação no período corresponde a 485%.

Com o crescimento do setor, naturalmente surgiram dezenas de agências de marketing de influência e as próprias agências de propaganda, bem como anunciantes, mergulharam nesse segmento e montaram squads de creators para terem controle dos formatos e conteúdos.

“O mais importante na hora de selecionar um influencer é entender a pertinência que ele tem com a marca, os clientes e o desafio da comunicação naquele momento, além da qualidade do conteúdo que ele cria. Para que sejam eficazes, as ações devem ser feitas junto a influenciadores que tenham a ver com os negócios e seus conteúdos sejam consumidos pela audiência de interesse da marca”, esclarece a executiva Vanessa Campos, diretora de conteúdo da WMcCann.

Pesquisa IWM Group mostra que os creators estão mais maduros e conscientes do seu papel. 75,9% dos pesquisados enxergam que houve muita evolução e profissionalização no mercado de influenciadores nos últimos seis anos. 16,7% observam uma evolução/profissionalização média e 7,4% sente que houve pouca evolução.
A Squid lançou recentemente o primeiro Censo de Criadores de Conteúdo do Brasil, um retrato oficial dos influenciadores de todo o país. Em sua maioria, os criadores de conteúdo brasileiros são mulheres (74,4%), estão no Sudeste (61%) e fazem parte das gerações millennials, de 30 a 39 anos (36%) e zennials, de 24 a 29 anos (26%).

Matéria nesta edição traz um panorama do segmento com depoimentos dos líderes de empresas de marketing de influência, bem como de agências de publicidade, e de alguns dos influenciadores mais famosos do país, como Pequena Lô, Thelma Assis e Camilla de Lucas.

“Sei que carrego uma responsabilidade imensa como comunicadora. Uso minhas redes diariamente, não só para interagir com meus seguidores, mas também para defender causas que acredito e abordar assuntos que julgo pertinentes para nossa sociedade. Assim, procuro tomar cuidado ao produzir conteúdo para não gerar qualquer tipo de desinformação ou ruído para quem consumir e, é claro, da forma mais respeitosa possível, para que todo mundo possa aproveitar”, disse Camilla.

Nossa observação é que esse mercado deve ter uma acomodação e, provavelmente, permanecerão relevantes os melhores criadores de conteúdo. Fake news e desinformação são um desserviço para a sociedade. E influenciadores, apesar do papel de formadores de opinião, nada têm a ver com jornalismo profissional. É sempre bom lembrar.

Sustentabilidade
A Globo está comprometida com ações de sustentabilidade em seu ecossistema. Lançou na última semana o Guia de Produções Verdes, que tem como objetivo levar práticas sustentáveis para serem adotadas em áreas como cenografia, arte, tecnologia, produção, suprimentos e figurino. O grupo de mídia tem uma série de metas para redução das emissões de carbono e ser uma empresa aterro zero até 2030, por exemplo.

Frase: “Democracia é quando eu mando em você. Ditadura é quando você manda em mim.” (Millôr Fernandes, que tanta falta faz ao Brasil de hoje).

Armando Ferrentini é publisher do propmark