A conceituada agência de pesquisas Forrester publicou um estudo sobre o processo ESG nas empresas e os estágios de maturidade percebidos.

São cinco os estágios identificados: 1:  ESG como uma demanda inevitável; 2: ESG como um processo coletivo; 3: ESG como componente estratégico; 4: ESG como diferencial de marca e Estágio 5: Liderança ESG. É uma escala crescente: o estágio 1 representa o menor nível de maturidade; e o 5, o de maior maturidade. Vamos a eles! Estágio 1: Demanda inevitável. É o estágio em que a empresa começa a ser questionada pelos seus colaboradores e demais stakeholders sobre sua posição em relação aos critérios ESG.

O questionamento pode vir de um investidor ou analista financeiro ou de um cliente, que solicita um relatório ESG ou, pior, exige uma adequação aos critérios como condição básica para homologar seus serviços. Alguém do jurídico da empresa começa a levantar os riscos ambientais, sociais ou relacionados à governança que requerem observação e gerenciamento contínuos.

Essa pressão inicial faz com que a empresa comece a fazer um diagnóstico inicial para entender se está em compliance com as demandas apresentadas. Uma assessoria externa pode ser inevitável para ajudar a empresa a entender o que pode – e deve – ser feito.

Há muitas empresas nesse estágio, principalmente pequenas e médias. Estágio 2: Processo coletivo. É o estágio onde se percebe a necessidade de um esforço coordenado e gerenciado em torno dos critérios ESG. O processo é tratado ainda como algo “necessário”, mas não necessariamente “desejado”.

A mobilização coletiva se dá sob gerenciamento de um departamento ou de um profissional, mediante um framework estabelecido por agentes de certificação (Sistema B, SAASB, GRI, ISE) ou por uma consultoria externa. Estágio 3: ESG como parte da estratégia. É quando os gestores percebem a necessidade – e os benefícios – da adoção da agenda ESG entranhada à estratégia geral da empresa.
Neste estágio percebe-se a necessidade de analisar uma matriz de materialidade para entender quais atividades fazem mais sentido à empresa e seus stakeholders e devem ser priorizadas.

O processo passa a ser transversal, envolvendo todos os departamentos da empresa. Os gestores são cobrados e recompensados pelas metas atingidas. Apesar de estratégico, o tema ESG ainda é restrito aos stakeholders mais diretos, sem necessariamente uma comunicação ao grande público.

Estágio 4: Diferencial de marca. Internamente, as empresas neste estágio entendem que a adoção de uma política consistente poderá se tornar um diferencial competitivo importante e passam a adotar processos mais sofisticados e abrangentes em torno das questões ambientais, sociais e de governança.

Externamente, essas empresas mostram alguma confiança em como divulgam suas atividades ESG, patrocinando grandes eventos ou fóruns com foco em ESG, participando de painéis e órgãos relacionados a ESG e falando sobre ESG em sua comunicação de marketing e experiências de RP e relações com investidores. Estágio 5: Liderança ESG.

O estágio final de maturidade ocorre quando a empresa está liderando a agenda ESG em seu setor. Por exemplo, está investindo significativamente em P&D e inovação relacionados a ESG, incentivando seus principais stakeholders (consumidores, parceiros, fornecedores ou até mesmo ativistas) a se envolverem com o negócio e impulsionarem o processo relacionado a ESG.

Esses líderes ESG são prontamente reconhecidos como tal pelo mercado e pelos consumidores por meio de anos de comunicação dedicada, construção de confiança e foco. Os líderes da organização são chamados por governos, organizações de mídia e grupos de interesse para avaliar novas iniciativas, ideias e programas para progredir nos aspectos ESG. Se a sua empresa ainda não chegou nesse estágio, não se preocupe. Poucas chegaram lá. O importante é começar e evoluir estágio a estágio até alcançar a excelência. Bora começar?

Alexis Thuller Pagliarini é sócio-fundador da ESG4
alexis@criativista.com.br