A reportagem de capa desta edição vem recheada de informação sobre o rádio. Não por acaso, setembro é o mês do meio de comunicação de massa mais antigo do país. No último dia 7, foi celebrado seu centenário e no próximo domingo (25) é o dia dele.

Em diversos momentos, a vida desse poderoso veículo foi colocada em xeque, em função do surgimento de outros meios, como a televisão, e da evolução tecnológica, como a internet. Mas, enfim, ele está aí, firme e forte, com saúde e futuro promissor pela frente.

Por conta das comemorações destes dias, a Kantar Ibope Media revela dados de recente sondagem que até assustam os desavisados. Giovana Alcantara, diretora de desenvolvimento de negócios regionais do instituto e especialista em rádio, afirma que hoje ele está em “todos os ouvidos, olhos e na palma da mão”. “Seja no dial, no podcast, via streaming, e nas mais diferentes telas, o rádio segue acompanhando a evolução do consumo de mídia pelos brasileiros”, analisa.

A especialista declara ainda, sem cerimônia, que o meio se expande através da sua capacidade de unir o melhor de dois mundos: a credibilidade e o companheirismo do dial com o dinamismo do online, e seguirá por muitos anos como um meio extremamente relevante; contando histórias, sendo o primeiro a divulgar a notícia, capturando a atenção e aguçando a imaginação, especialmente quando se tem apenas o áudio.

Dados da Kantar apontam que este ano o rádio foi ouvido por 83% da população nas 13 regiões metropolitanas pesquisadas regularmente, um crescimento de 3% em relação ao mesmo período de 2021. Em média, cada ouvinte consome cerca de 3h58 (quase 4 horas!) de rádio por dia.

Levantando um pouco da história desse veículo, ao longo destes 100 anos, o meio teve de se adaptar em diferentes momentos da sua história para manter-se relevante, tanto em termos de conteúdo, como de plataformas e formatos de mídia.

Conforme Giovana, o rádio tornou-se uma multiplataforma de negócios, oferecendo projetos diversos, com evento, branded content, mídia programática e uma atuação maciça nas redes sociais. “Esta nova configuração garante ao rádio uma presença omnichannel, engajando as audiências nos mais diferentes formatos e pontos de contato, gerando oportunidades nas janelas de conteúdo, monetização e publicidade”, fala a especialista.

A reportagem destaca o avanço do rádio na web e o grande volume de ouvintes - 7,4 milhões - atraídos pela programação das emissoras na internet.

A reportagem também ouviu algumas emissoras de rádio, como a Rede BandNews FM. Sheila Magalhães, editora-executiva de jornalismo, acredita que o rádio soube e sabe beber em todas as fontes que surgiram nos últimos anos para se aprimorar e se tornar ainda maior e relevante. Para ela, o meio foi se valendo das novidades para se atualizar, se modernizar, “e isso o tornou tão poderoso”. Danilo Fuin, diretor-executivo da Novabrasil FM, lembra que o rádio nasceu como uma inovação gigantesca em mídia, se tornando um canal de alcance e audiência inimagináveis até sua criação.

Os mídias das principais agências também foram sondados pelo PROPMARK, entre eles, Fernando Figueiredo, CEO da Bullet, que avalia que o rádio sempre foi e sempre será um meio extremamente engajado. Já Rafaela Queiroz, media VP da DPZ, fala que esse é um meio que oferece duas grandes fortalezas, a alta cobertura e a regionalização, o que permite construir proximidade com o target em cada uma das regiões, trabalhando com comunicadores locais, além de construir um grande alcance.