Muito animado com a volta do Cannes Lions Roadshow. Enquanto eu atuava na Fenapro, fechamos uma parceria com o Estadão, representante do Cannes Lions no Brasil, que viabilizava minha ida a Cannes, onde eu fazia uma cobertura com reports diários e, depois do evento, efetivava um roadshow pelo Brasil.
Foram quatro anos seguidos. Na verdade, antes mesmo da Fenapro, eu já havia feito algo semelhante, em nome da Ampro.
Era a oportunidade de dividir com o mercado o que rolou de mais significativo no festival, apresentando os cases vencedores e os insights gerados no Cannes Lions.
Houve ano em que chegamos a viajar por mais de 10 cidades brasileiras para os eventos organizados pelos Sinapros locais. E agora, depois de um hiato de dois anos, por conta da pandemia, lá vamos nós pegar a estrada outra vez.
Já não estou mais na Fenapro, mas a parceria permanece e terei a nobre missão de apresentar o melhor do Cannes Lions em seis cidades: Belo Horizonte (14/9); Recife (20/9); Fortaleza (21/9); Vitória (6/10); Natal (8/11) e Salvador (a definir).
Essas apresentações presenciais são muito ricas por constatarmos a reação de profissionais e estudantes ao vivo, vendo o brilho nos olhos e um comportamento que varia de cidade a cidade.
É quando constatamos a diversidade cultural desse “Brazilsão”, com uma rica interação com profissionais de diferentes expectativas, atuando em estruturas bem mais enxutas do que as existentes na Faria Lima, em São Paulo.
De tempos em tempos, víamos algumas dessas agências menores, localizadas em mercados fora do eixo Rio–São Paulo, ganhando Leões, mostrando a capacidade criativa inata dos brasileiros.
É o efeito que os amigos Alex e Nati, da Transcriativa, eles próprios baseados em local distante de grandes centros, na Bahia, chamam de Borogodó.
Segundo eles, o ativo mais importante dos brasileiros é o tal do borogodó, traduzido pela capacidade de driblar problemas e encontrar soluções centradas na criatividade natural dos brasileiros. A performance consistente do Brasil nos grandes festivais corrobora essa teoria.
O Brasil é a terceira força criativa do mundo, sob a ótica do Cannes Lions, onde conquistamos Leões em número inferior apenas dos EUA e do Reino Unido.
Além do retorno às apresentações presenciais, há uma outra característica especial do Cannes Lions Roadshow deste ano: a força ESG (Environmental/Ambiental; Social; Governança).
Nada menos de 90% dos cases vencedores de Grand Prix este ano tiveram uma pegada ESG, seja pelo lado ambiental (E), social (S) ou de ética e transparência de governança (G).
Para mim, que decidi abraçar profissionalmente essa nova causa, é ainda mais gratificante apresentar exemplos internacionais de alta criatividade, alinhados aos princípios ESG.
É a constatação de que é possível para as empresas, sim, continuar objetivando o
lucro, mola propulsora dos negócios, sem, porém, deixar de pensar nas pessoas e no planeta.
E assim, o Cannes Lions se mantém firme como a meca da criatividade (como sempre), mas também como palco de discussão de questões superimportantes para o futuro da humanidade, tais como:
Pacto Global, ODS, aquecimento global, diversidade, equidade e inclusão, luta contra qualquer tipo de racismo e intolerância, uso criativo de recursos naturais e preservação do meio ambiente.
É o capitalismo consciente fincando as suas raízes mundo afora. Se você mora numa dessas cidades por onde o Cannes Lions Roadshow 2022 vai passar, save the date.
É a hora de nos reencontrarmos e discutirmos as tendências e, principalmente, formas de garantirmos um mundo melhor para todos. Nos vemos lá!
Alexis Thuller Pagliarini é sócio-fundador da ESG4
alexis@criativista.com.br