Em 2015, durante a COP 21, a ONU estabeleceu os SDGs (Sustainable Development Goals), em português, os ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Os 17 objetivos passaram a nortear ações de governos e instituições mais conscientes, tendo como data-limite 2030.

Já sabemos que boa parte deles não será alcançada, mas sua existência como balizadores de uma conduta ética e sensível às mazelas mundiais não terá sido em vão. Se os governos e as empresas considerarem os ODS no seu planejamento de ação, já será um grande avanço para uma sociedade mais justa e respeitosa.

Mas, sabemos, tudo começa com as pessoas. Os dirigentes de empresas são pessoas, os governantes são pessoas. Se essas pessoas não se imbuírem de um espírito altruísta e consciente de uma nova conduta, nada acontecerá.

Por isso, fiquei muito satisfeito em saber – tardiamente – da existência dos IDGs (Inner Development Goals). Em português, algo como ODPs – Objetivos de Desenvolvimento Pessoal (ou Interno).

Os IDGs foram estabelecidos em 2020 numa colaboração entre a instituição sueca Ekskäret Foundation e a 29k, uma plataforma digital que promove o desenvolvimento pessoal e a saúde mental. E eu só fiquei sabendo da sua existência na semana passada, numa boa conversa com Thiago Senden, um militante ESG, assim como eu.

Os IDGs são um conjunto de objetivos focados no desenvolvimento pessoal e habilidades internas necessárias para promover mudanças positivas e sustentáveis no mundo, complementando os ODS da ONU. Eles destacam a importância do crescimento individual como base para a transformação coletiva.

Os pontos principais dos Inner Development Goals são:

1- Ser (Being): Autoconsciência: Compreender profundamente as próprias emoções, valores e motivações; Presença: Desenvolver a capacidade de estar totalmente presente no momento; Autocompaixão: Tratar-se com gentileza e aceitação, mesmo em momentos de falha.

2- Pensamento (Thinking): Pensamento crítico: Avaliar informações e argumentos de forma objetiva e reflexiva; Mentalidade de crescimento: Adotar a perspectiva de que habilidades podem ser desenvolvidas ao longo do tempo; Inovação e criatividade: Buscar novas ideias e soluções para problemas complexos.

3- Relacionamentos (Relating): Empatia: Compreender e compartilhar os sentimentos dos outros; Comunicação eficaz: Articular pensamentos e ouvir ativamente com clareza e empatia; Colaboração: Trabalhar bem com outros, aproveitando a diversidade de habilidades e perspectivas.

4- Ação (Acting): Coragem: Tomar medidas ousadas e necessárias, mesmo diante de incertezas ou riscos; Integridade: Agir de acordo com os seus valores e prin- cípios, mesmo quando desafiador; Resiliência: Adaptar-se a mudanças e desafios sem perder o foco ou a motivação.

5- Direção/Colaboração (Collaborating): Propósito: Ter clareza sobre o que motiva e direciona suas ações; Visão de futuro: Visualizar e trabalhar por um futuro sustentável e justo; Capacidade de facilitar: Apoiar os outros em suas jornadas de desenvolvimento e colaboração.

E para se alinhar às melhores práticas dos IDGs, é importante focar no desenvolvimento das seguintes habilidades: Autoconsciência e Reflexão Pessoal: Regularmente refletir sobre os próprios pensamentos,
emoções e comportamentos; Mentalidade de Crescimento: Encarar desafios como oportunidades de aprendizado e desenvolvimento; Empatia e Comunicação: Melhorar a capacidade de compreender os outros e se comunicar de forma clara e eficaz;

Resiliência e Adaptabilidade: Desenvolver a capacidade de se adaptar a mudanças e superar adversidades; Ação Consciente e Propósito: Tomar decisões baseadas em valores pessoais e em um sentido claro de propósito.

Essas habilidades são fundamentais para promover uma transformação interna que possibilite a criação de um impacto positivo e duradouro no mundo. Tudo começa com cada um de nós!

Alexis Thuller Pagliarini é sócio-fundador da ESG4 (alexis@criativista.com.br)